Este é o prato preparado pelo camaronês @chef Sam apresentado no programa, e que causou revolta nas redes sociais após sofre deboche por parte da apresentadora do "Mais Você" exibido na terça (27).
Ugali é tão importante para a comunidade queniana que é referenciado em um provérbio Kiswahili: Kupyanja iti kulumanga , que significa “mergulhar Ugali no molho, é melhor do que ficar sem molho”.
A apresentadora e o repórter Thiago Oliveira experimentaram Ugali, um prato queniano à base de farinha de milho e água, acompanhado de refogado de legumes e carne.
Este episódio demonstra claramente seu olhar colonizado, a ignorância, falta de cuidado com que a apresentadora e sua equipe conduzem o programa, e o desleixo que tem em relação às culturas, não sendo a primeira vez que ocorre, em seguida, vem a desculpa, confira aqui
Vamos ao que interessa.
Ugali é feito de farinha de milho branco e água fervente, o Ugali, o milho branco muito utilizado na cozinha baiana como no Acaçá, no Mugunzá, no Matete, tem muita importância significativa na cultura culinária entre os países Lusófonos.
O prato com formato de massa surgiu no século 19, quando os comerciantes portugueses trouxeram milho para o Quênia.
Ao contrário da crença popular, o Ugali não é um enchimento insípido.
Com amido sim, mas sem gosto? De modo nenhum, o Ugali tem um gosto suave e neutro, pode ser acentuado pela adição de sal ou manteiga, assim como nosso arroz.
Algumas comunidades adicionam abóboras também.
Não é uma refeição completa por si só; é servido com carne ou ensopado de peixe, legumes, leite azedo ou Nyama Choma (uma especialidade de carne de cabra grelhada , muito popular no Quênia, ou com kachumbari (salada de tomate fresco e cebola que é popular na culinária da região dos Grandes Lagos africanos, é uma salada crua que consiste em tomates picados, cebolas e pimentões. Variações de kachumbari podem ser encontradas no Quênia, Tanzânia, Ruanda, Uganda, Burundi e nos países do sul da África, Malaui e Congo)
O preço é quase o mesmo que outros alimentos similares, então não é o caso que Ugali é um alimento barato, comido por necessidade.
História do Ugali no Quênia
Comerciantes portugueses introduziram milho no litoral queniano região no século XIX.
Em sua primeira viagem ao Quênia, Mark Zuckerberg , fundador do Facebook, comeu Ugali e peixe, um alimento básico no Quénia, este prato semelhante a polenta é também consumido em vários outros países africanos.
O milho foi introduzido na África a partir das Américas entre os séculos 16 e 17.
Antes disso, o sorgo e o painço eram os cereais básicos na maior parte da África Subsaariana.
O milho foi prontamente aceito pelos agricultores africanos, pois seu cultivo era muito semelhante ao do sorgo, mas com rendimentos significativamente mais elevados.
Eventualmente, o milho substituiu o sorgo como o cereal principal em todas as regiões, exceto nas mais secas. A substituição total dessas safras pelo milho ocorreu na segunda metade do século XX.
No Malawi, eles têm um ditado 'chimanga ndi moyo' que se traduz como 'milho é vida'.
A mandioca , que também foi introduzida das Américas, também pode ser usada para fazer nshima / nsima, exclusivamente ou misturada à farinha de milho.
No Malawi, a nsima feita de mandioca (chinangwa) está localizada nas áreas das margens do lago, no entanto, quando as colheitas de milho são fracas, a mandioca nsima pode ser encontrada em todo o país.
Antes disso, o sorgo e milho eram os grãos do dia, vendo o potencial comercial do milho, os colonos britânicos empreenderam em larga escala a agricultura da variedade branca em particular, nas Terras Altas Brancas.
Inicialmente, eles exportaram todos os produtos, mas com o tempo eles perceberam que o milho era uma opção barata para sustentar seus trabalhadores.
Eles até os pagaram com porções de milho, que é como os moradores locais o comeram.
A introdução do triturador na década de 1920 tornou a moagem de milho muito mais barata e rápida, já que os grãos de sorgo e milheto precisavam ser descascados primeiro. Mais tarde, a introdução de processadores industriais que refinaram ainda mais o grão ajudou a prolongar a vida útil da farinha de milho, consolidando-a como um alimento básico no Quênia.
Ugali é um daqueles poucos pratos que não requerem o uso de talheres.
Aperte um pequeno pedaço dele com a mão e role em uma bola. Usando o polegar, faça uma depressão no centro, pegue o ensopado e coma, de preferência de mão.
O milho foi uma mudança bem-vinda em relação aos grãos como sorgo e painço, e rapidamente explodiu em popularidade.
Quando o ugali é preparado a partir de outra forma de amido, geralmente recebe um nome diferente daquele da comunidade. Por exemplo, o ugali queniano da comunidade Luhya é conhecido como Obhusuma, o prato costuma ser comido três ou quatro vezes por semana na maioria dos lares africanos.
Acompanha bem diferentes sopas e ensopados, como ugali nyama. Portanto, todos os dias você pode comer com algo diferente.
Receita do chef Sam do Restaurante Africano @mamaafrica_labonnebouffe , gastronomia e cultura Africana o pedaço do Africa em SP. Para o Ugali
600 gramas de farinha de milho branca
1 cebola grande em fatias
1 peixe defumado (Pode ser qualquer tipo de peixe)
1 colher de chá de bicarbonato
1. Misture a farinha na água e leve ao fogo.
2. É como uma polenta. Quem vai comer, escolhe o ponto.
Modo de Preparo - Refogado
1. Em uma panela, coloque água, espere ferver, coloque o espinafre com o bicarbonato e deixe cozinhar por cerca de cinco minutos. Reserve.
2. Refogue a cebola no óleo. Quando estiver dourada, acrescente os tomates picados.
3. Espere os tomates derreterem, acrescente a cenoura, os pimentões e deixe refogar mais um pouco.
4. Acrescente a carne, o tempero com salsinha, coentro e azeite.
5. Acrescente o peixe defumado e deixar apurar um pouco.
6. Acrescente o espinafre e sirva com o ugali.
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