Restaurante Casa do Benin

Foi fundado na década de 80, e faz parte do complexo da Casa do Benin, após reforma realizada pela arquiteta Lina Bo Bardi.

Infelizmente hoje já não funciona como restaurante, mas sim para cursos e eventos.

O Espaço Cultural possui importante acervo artístico e cultural afro-brasileiro e é mantido pela Fundação Gregório de Mattos para valorização das relações culturais afro-brasileiras.

O museu possui uma rica coleção de cerca de 200 peças de objetos e obras de arte da região do Golfo do Benin. A Casa do Benin ocupa um casarão de três andares do século 18, que já foi comércio e residência até um incêndio em 1978.


Idealizado pelo etnógrafo Pierre Verger, o projeto cultural Casa do Benin é fruto de um acordo bilateral para unir os laços entre Salvador da Bahia e a República do Benin - local de origem da maioria dos escravos da Bahia -, por meio de um centro comunitário que Inclui showrooms, workshops de capacitação, restaurante e apartamentos para receber representantes do país. 

Quando começou o processo de reabilitação, o edifício principal já tinha uma reforma anterior que substituiu a estrutura antiga, destruída num incêndio, por um caixilho de betão. 

Lina Bo Bardi, que considera essa moldura excessiva, fura as lajes de um lado para criar um átrio de altura tripla e forra os pilares com folhas de coqueiro trançadas. 



Os outros dois edifícios, em pior estado de conservação, são reconstruídos respeitando a fachada e completando o interior por meio de um sistema de elementos pré-fabricados e paredes de betão estriado. No centro do complexo, cria-se um pátio semipúblico com palmeiras, uma cabana de palha e um lago.

A intervenção, que se insere no projeto de reabilitação do centro histórico de Salvador da Bahia, inclui três edifícios datados do século XIX situados num recanto proeminente da Praça do Pelourinho.

A reinauguração, aconteceu em 2006 (Sua última intervenção)

Após três meses de ampla reforma, o Museu foi reinaugurado em julho de 2006, no evento que integrava uma programação da Conferência de Intelectualidade África e da Diáspora(Ciad) UMA cerimônia que contou com a presença do então Ministro da Cultura Gilberto Gil.

O Benin foi o antigo ponto de partida de escravos africanos para o Brasil e local para onde grande parte dos ex-escravos migraram, após a abolição da escravidão. 

A maior parte do acervo foi colecionada pelo antropólogo e fotógrafo francês Pierre Verger, durante viagens pelo continente africano.

O Espaço Jeje Nagô, onde funcionava o restaurante, teve sua arquitetura inspirada no estilo de restaurantes antigos das comunidades rurais beninenses. 

A “Tatassomba” é uma réplica de edificações existentes no Benin, desenvolvida pela arquiteta Lina Bo Bardi, feita de barro e com teto de palha.

Também há uma outra edificação, toda em cimento queimado – uma das assinaturas da arquiteta. O Restaurante funcionou sob a supervisão da chef Ana Célia onde ficou por quase 10 anos, e hoje a frente do Restaurante Zanzibar, no Santo António, especializado em culinária africana. 

Ali, existe uma sala multifuncional, além de um terraço de onde é possível ver os casarões seculares do Centro Histórico com um outro olhar.

Além disso, a Casa do Benin realiza, promove, divulga e apoia, através das exposições, os artistas baianos que têm como inspiração a arte de matriz africana.

Desse modo, o museu contribui de maneira significativa com o reconhecimento e valorização dessa arte, além de incentivar os artistas que nela investem e se inspiram. 

Já foram realizadas diversas atividades socioculturais e educativas, como palestras, encontros, cursos, oficinas e visitas guiadas, no sentido de valorizar e divulgar o conhecimento da cultura afro-brasileira, além de nos aproximar de maneira efetiva das comunidades que cercam o Museu.


A cadeira girafa fazia parte do mobiliário do restaurante.

Texto: Carole Daprey

Esta cadeira elegante “Girafa” é fruto da colaboração entre Lina Bo Bardi (1914-1992), um dos principais arquitetos do modernismo no Brasil, e Marcelo Ferraz Esta cadeira elegante “Girafa” é fruto da colaboração entre Lina Bo Bardi (1914-1992), um dos principais arquitetos do modernismo no Brasil, e Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki , os dois arquitetos por trás do estúdio de design. Mobiliário loja Marcenaria Baraúna , Brasil.

Foi no local de uma das principais obras de Lina Bo Bardi, o centro esportivo e cultural Sesc Pompeia, em São Paulo, que conheceu os dois jovens arquitetos, que então começaram a redirecionar seus trabalhos para a madeira. 

Essa colaboração os levou logo depois, em 1987, a trabalharem juntos em um projeto de restaurante em Salvador da Bahia, para o qual foi criada a cadeira “Girafa”. Na verdade, frustrados por não encontrarem os móveis que se adaptassem à visão que compartilham, os três arquitetos os projetam. 

Assinam, assim, esta peça requintada, que manifesta uma inspiração mal velada do banquinho tripé de Alvar Aalto desenhado nos anos 1930, mas sobretudo um apego às formas vernáculas, aqui simplificadas ao extremo.

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