Curiosidades da lata de lata

Quer chamem-lhe conservas ou conservas de peixe, as conservas portuguesas são um ícone nacional, uma indústria que conta com várias outras entidades fabris.



Parecendo exótico e, muitas vezes, bonito, o peixe enlatado emociona uma nova geração de gourmets e caçadores de souvenirs, ao mesmo tempo que continua sendo um produto básico nas cozinhas de todo o país.

Segundo Victor Vicente, do museu digital Conservas de Portugal do Can The Can Lisboa, foi em parte devido ao desaparecimento das sardinhas da costa da Bretanha que levou os industriais franceses a se mudarem para Portugal em busca de matéria-prima. A abundância e qualidade do pescado de Portugal, a extensa linha costeira e a tradição piscatória combinaram-se para criar condições favoráveis ​​ao rápido desenvolvimento de uma indústria conserveira portuguesa.

Mas não foi apenas por iniciativa de empresas estrangeiras que a indústria se desenvolveu em Portugal. Por todo o país surgiram empresas nacionais, que também atendem às necessidades dos portugueses. A humilde sardinha, já um produto verdadeiramente local, abasteceu as fábricas de conservas de peixe em Portugal.

Os anos 70 assistiram ao declínio da produção de conservas portuguesas. Com a revolução portuguesa de 1974, muitas indústrias sofreram com a situação social e política. Nos anos 80, o interesse pelas conservas voltou a crescer. 

O mercado primário estava no exterior e 90% da produção era exportada. 

O boom do turismo em 2012/13 reavivou a popularidade das conservas de peixe portuguesas. Esse interesse crescente elevou as conservas à proeminência que desfrutam hoje. Por sua vez, continua a impulsionar os muitos fabricantes e fabricantes que são necessários para entregar um produto de qualidade. Isso inclui chapas de metal, carpintaria, impressores e litógrafos, fundição, maquinário, exploração de sal, pesca e produção de azeite de oliva necessário para encher as latas.

Com uma paisagem de mais de 150 fábricas de conservas no seu apogeu, Portugal tem cerca de 20 fábricas de conservas restantes, mas produz e exporta muito mais do que no passado.

Essa arte!
Não há dúvida de que a embalagem marcante afrouxa a carteira. Não é incomum comprar conservas de peixe com base exclusivamente no design da embalagem, independentemente do que esteja dentro.

Alguns fabricantes imprimem as latas reais; outros embrulham uma lata simples em um lindo papel impresso, dando-lhes a flexibilidade de projetar para vários produtos diferentes. O Sr. Vicente diz-nos que lata versus embalagem é uma questão de escala de produção. Para fazer uma lata impressa, os produtores precisam de uma grande produção, pelo menos 100.000 latas, e nem todas as empresas podem se dar ao luxo de produzir em escala tão grande.

As latas velhas eram de uma beleza estonteante e, como frutos de uma imaginação prodigiosa, forneciam uma imagem de marketing um tanto incomum para a época. Esses designs são românticos, cheios de história, com histórias para contar - especialmente aqueles que continham peixes mais incomuns.

Normalmente, um litógrafo criava os designs, com milhares de latas feitas para diferentes mercados do mundo. Seus designers eram anônimos. Não assinaram a obra, o que impossibilitou a apuração da autoria de 90 por cento da arte produzida. A exceção fica por conta das empresas do final do século XX. Utilizados como veículos de publicidade, muitas vezes eram assinados e podemos identificar os artistas.

O que está dentro de
Portugal produz e enlatam sardinha em abundância, mas também lula, choco, polvo, mexilhão azul, lingueirão, bacalhau, bonito do Atlântico, carapau, cavala, bonito do Atlântico, atum voador, enguia europeia, peixe-espada preto (não confundir com espadarte), carapuça estriada, etc.

Os peixes vêm de todo o litoral e como algumas fábricas ficaram muito grandes, fica inviável comprar apenas na sua região. As sardinhas, por exemplo, vêm do Algarve, Nazaré, Matosinhos, Setúbal, Sesimbra, etc.

O sabor do peixe depende muito se ele é enlatado com especiarias (pense em pimentões piri-piri, sementes de erva-doce, gengibre fresco), azeite de oliva, água, ervas. Além disso, como é tratado se usado em uma receita. Além das preparações de enlatamento padrão, existem métodos ancestrais que são menos conhecidos, mas intrigantes. Isso inclui fumagem (salga e defumação de peixes) e escabeche (preservação de peixes em vinagre).

Também é muito saudável. O atum e a sardinha são uma grande fonte de ácidos graxos ômega-3, vitaminas e minerais, especialmente quando fervidos em sal marinho e conservados em azeite de oliva. Os moluscos em lata, como amêijoas e mexilhões, são ricos em ferro.

Curiosamente, as sardinhas enlatadas, alguns dos peixes mais saudáveis ​​do mundo, são ainda mais saudáveis ​​do que as frescas. Eles são ricos em proteínas e vitamina B12 e têm dez vezes mais cálcio como resultado do processo de gelificação que quebra os ossos e os torna facilmente digeríveis. Portanto, ao comer o peixe, obtemos cálcio adicionado dos ossos. Até os cardiologistas portugueses recomendam que as pessoas consumam sardinhas em lata para diminuir o risco de ataque cardíaco.

Fonte: Publico

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