TEM SEMPRE ALGUEM TRAZENDO NOVIDADES PRA TE FAZER PARAR DE COMER FEIJÃO.
Se deixar, vão dizer que feijão atrasa a vida, desalinha os chakras e que é melhor trocar por shake, cápsula ou barrinha.
Mas olha… tô aqui pensando seriamente em desenvolver um medidor de gases de feijão. Afinal, se for pra gerar energia, que seja com comida de verdade, né? Já pensou? Você cozinha, come, e ainda gera eletricidade pra ligar o liquidificador.
Brincadeiras à parte, o que não é piada é que o brasileiro tem, sim, deixado de comer feijão. Dados da POF/IBGE mostram que, nas últimas décadas, o consumo desse alimento caiu de mais de 70% para cerca de 60% da população. E isso é grave.
Grave porque feijão não é só tradição, não é só sabor, não é só memória afetiva: é saúde pública. E aqui vai uma informação preciosa pra quem, vez ou outra, ouve aquele papo furado de que “feijão engorda”.
E não para por aí. Quem não come feijão ao longo da semana tem 10% mais chance de apresentar excesso de peso. Isso acontece porque o feijão é riquíssimo em fibras e proteínas, que ajudam a aumentar a saciedade, controlar o apetite e, consequentemente, regular o peso. Enquanto isso, seguimos vendo a indústria vender cápsula de fibra, proteína isolada e suplemento de ferro — tudo aquilo que o feijão sempre entregou no prato, quente, gostoso e compartilhado.
Menos feijão no prato
Outra linha da pesquisa observou o consumo do item ao longo dos anos de 2007 a 2017 e identificou uma tendência preocupante. A previsão é que em 2025 o brasileiro deixe de comer feijão de forma regular e tradicional, ou seja, o hábito considerado não-regular (1 a 4 dias na semana) será o mais prevalente na população.
No estudo por sexo, constatou-se que desde 2022 as mulheres já compõem majoritariamente o grupo de consumo não-regular. Para os homens, a estimativa de alteração é no ano de 2029.
A real é que o feijão não é vilão de ninguém. Ele é aliado da saúde, da cultura, da economia local e da soberania alimentar. É potência que nutre o corpo e conta a nossa história.
Se é pra gerar energia, que seja no fogo do feijão. E se é pra mover o Brasil, que seja com feijoada, baião, tropeiro, acarajé e tudo que vem da nossa culinária de verdade.
🌾 Feijão: o nosso ouro em grão
Tem quem tente inventar moda, desvalorizar, substituir, esquecer. Mas feijão é mais do que comida: é herança, é memória, é cuidado, é futuro.
Por séculos, ele tem sustentado gerações, nutrindo corpos e fortalecendo comunidades. E não, feijão não engorda. Feijão alimenta, protege e salva. Estudos comprovam: quem come feijão regularmente tem menos risco de desenvolver obesidade, diabetes, hipertensão e outras doenças que rondam quem se distancia da comida de verdade.
É rico em proteínas, fibras, ferro, zinco, potássio. É antídoto contra a fome, contra a doença e contra o apagamento das nossas tradições. Enquanto te vendem cápsula, pó e fórmula mágica, o feijão segue sendo acessível, nutritivo e absolutamente necessário.
Não é só grão. É cultura. É panela no fogo, é cheiro de casa, é mesa farta. É preto, branco, carioca, fradinho, andu, jalo, mulatinho. É baião de dois, feijoada, tropeiro, acarajé, mexidão, feijão com farinha e reza.
Defender o feijão é defender a soberania alimentar, o direito de se alimentar bem, de viver com saúde e dignidade. É afirmar que nossa comida vale, nosso saber vale, nossa cultura vale.
Então sim, é sobre botar o feijão pra cozinhar. Sobre saber que o cheiro dele no fogo não é só cheiro de comida — é cheiro de resistência, de afeto, de futuro.
Feijão nosso de cada dia, dai-nos hoje, amanhã e sempre.


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