GRIOT TOCANDO XALAM: PRESERVANDO HERANÇAS NO SENEGAL


Os Griots, reverenciados como historiadores orais e músicos, ocupam um papel central nas tradições da África Ocidental, especialmente no Senegal. São guardiões da memória coletiva de suas comunidades, transmitindo-a através da história, da genealogia e das lendas. Suas narrativas e canções, passadas de geração em geração, entrelaçam a vibrante tapeçaria da cultura senegalesa, comunicando valores, ensinamentos e sabedoria ancestral.

A fotografia de Fortier mostra um casal Griot trajado com vestes tradicionais resplandecentes, seus olhos expressando tanto orgulho quanto a sabedoria adquirida por anos de dedicação à arte. O homem, envolto em túnicas esvoaçantes e coroado com um turbante, segura um Xalam—um alaúde oval de cordas dedilhadas—encostado ao ombro. Este instrumento, conhecido como Halamkat Sénégalais, indica sua provável ligação com o grupo étnico Wolof.

A bela mulher Wolof, provavelmente a cantora, está vestida com tecidos de padrões intrincados, emanando graça e elegância, com uma presença que ressoa com a nobreza de uma Griotess.

Juntos, eles encarnam a responsabilidade sagrada de serem guardiões da cultura.

Por meio do Xalam, símbolo de sua arte, os Griots transportam seus ouvintes a reinos etéreos, tecendo melodias e letras que transcendem o tempo. Suas vozes carregam o peso das emoções, narrando antigas histórias de heróis, reis e seres míticos. Com talento inato, encantam suas audiências, infundindo improvisação e lirismo em suas performances, dando vida às narrativas compartilhadas.

Para além de sua maestria musical, os Griots também atuam como conselheiros, mediadores e guias espirituais dentro das comunidades. São pontes entre o passado e o presente, usando a palavra e a música para conectar gerações e despertar um profundo senso de identidade cultural e orgulho.

A fotografia de Edmond Fortier eterniza esse casal Griot, oferecendo um vislumbre de uma era em que sua presença era celebrada e sua contribuição artística valorizada. É uma homenagem à profundidade de seu conhecimento, à força de sua narrativa e ao esplendor de sua herança musical.

Ao contemplarmos este instante congelado no tempo, somos lembrados do legado duradouro dos Griots no Senegal e além. 

Eles são os guardiões da história, os protetores da tradição e a encarnação viva da alma de uma nação. Com dedicação inabalável, os Griots asseguram que as histórias, os ritmos e a sabedoria ancestral continuem a ecoar nos corações e mentes das futuras gerações, mantendo vivo o espírito do Senegal.

Edmond Fortier (1862–1928) foi um fotógrafo francês que registrou, entre 1900 e 1920, a vida, os costumes e as paisagens da África Ocidental, especialmente no Senegal, Mali e Guiné. Suas fotos, transformadas em cartões-postais, documentam cenas do cotidiano, arquitetura e práticas culturais, sendo uma importante fonte histórica, embora marcadas pelo olhar colonial da época.


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Fonte Your África Nation



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