CUSCUZ DE TAPIOCA NÃO É BOLO: É PATRIMÔNIO CULINARIO DA BAHIA

Nas ruas de Salvador, ele está por toda parte. Seja nas bandejas das baianas, nas feiras, nas portas das escolas ou nas calçadas dos bairros, o cuscuz de tapioca é presença certa — coberto de coco fresco, regado a leite condensado ou servido de forma mais tradicional, com leite de coco e açúcar. Uma iguaria que atravessa gerações, carregando memórias de famílias, de quintais, de encontros e de afetos.

Porém, longe das ruas e dos territórios que mantêm essa tradição viva, a mídia e as redes sociais, muitas vezes, distorcem seu sentido. Passam a tratá-lo como uma simples curiosidade gastronômica, apelidando-o de “bolo sem forno”, esvaziando sua potência simbólica, apagando suas origens e desconectando-o da cultura que lhe dá vida.

É mais um capítulo do velho roteiro em que saberes populares e ancestrais são retirados de seus contextos para serem ressignificados — ou melhor, embranquecidos — em nome da “gastronomia contemporânea”. A Bahia, seus sabores e sua história seguem resistindo, mesmo quando tentam transformar tradição em tendência, memória em produto e cultura em mercadoria.

A chef baiana Rosa Gonçalves @donarosinha apresenta a tradicional receita de Cuscuz de Tapioca, uma iguaria emblemática da culinária da Bahia. 

Rosa Gonçalves é um aquivo vivo da memória da culinária popular baiana e principalmente do Recôncavo e Sertão. 

Apesar de sua potência histórica e cultural, muitos — embalados pelos modismos das redes sociais — insistem em chamá-lo de “bolo sem forno”, numa visão apressada, típica da modernidade que pouco se preocupa com as origens e muito menos com a fidelidade aos saberes tradicionais.

Guardião de memórias, o cuscuz de tapioca carrega em seus grãos de goma, leite e coco a força de uma culinária ancestral, forjada no território, na oralidade e na resistência dos povos que fazem a Bahia ser quem ela é.

Recentemente, a chef Rosa lançou um audiobook com receitas tradicionais da culinária baiana, uma oportunidade preciosa para quem deseja se aprofundar, aprender e saborear não apenas pratos, mas também as histórias, os sentidos e os afetos que alimentam essa cozinha cheia de identidade.


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