MARROCOS LANÇA PROJETO DE PATRIMÔNIO ALIMENTAR DA UNESCO PARA PROTEGER TRADIÇÕES CULINÁRIAS
por Sara Zouiten
Rabat – Marrocos lançou uma consulta nacional como parte de um novo projeto da UNESCO que visa criar o primeiro Atlas Internacional do Patrimônio Alimentar do mundo.
O projeto também inclui uma plataforma digital para proteger, promover e transmitir o patrimônio alimentar às gerações futuras, disse a UNESCO em um comunicado à imprensa.
Financiada pelo Ministério da Cultura da Arábia Saudita e realizada em parceria com o Ministério da Cultura do Marrocos, a iniciativa apoia os objetivos da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO de 2003.
O projeto busca mapear, documentar e compartilhar práticas alimentares tradicionais de todo o mundo e reconhecê-las como uma forma de patrimônio vivo essencial para a diversidade cultural, o desenvolvimento sustentável e a coesão social, acrescentou a declaração.
Marrocos foi escolhido para participar da fase piloto do projeto. A primeira versão do Atlas do Patrimônio Alimentar deverá estar pronta até o final de 2027. A primeira fase se concentrará na identificação de práticas alimentares tradicionais no Marrocos e no desenvolvimento de capacidade local para protegê-las.
Durante a consulta, as autoridades observaram que cinco dos 15 itens do Marrocos listados nas Listas do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO estão relacionados a práticas alimentares. Entre eles, estão o Festival da Cereja em Sefrou e o conhecimento tradicional em torno da árvore de argan. O Marrocos também compartilha diversas listas relacionadas à alimentação com outros países.
No entanto, muitas dessas práticas estão ameaçadas devido a grandes desafios como as mudanças climáticas, a globalização e a falha na transmissão do conhecimento de uma geração para outra. É por isso que os especialistas enfatizam a necessidade de ação coletiva, afirma a UNESCO .
“Práticas alimentares e tradições culinárias são mais do que apenas receitas. Elas refletem nossas identidades, nossas terras e nossas relações com os outros e com a natureza”, disse Eric Falt, Diretor Regional da UNESCO para o Magrebe.
“Ao valorizá-los, construímos um futuro enraizado na diversidade, na sustentabilidade e no respeito ao conhecimento local”, acrescentou.
Mustapha Jlok, Diretor do Patrimônio Cultural do Marrocos, acrescentou: “Ao participar do projeto Atlas Alimentar da UNESCO, o Marrocos está expondo a riqueza de suas tradições culinárias como uma expressão viva do patrimônio imaterial. Com a ajuda das comunidades locais, o país está trabalhando para preservar as habilidades transmitidas de geração em geração, destacando a profunda conexão entre alimentação, identidade cultural e desenvolvimento sustentável.”
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