INSTALAÇÃO DE MÁQUINA DE RED BULL NA UNEB GERA CONTROVERSIAS E DEBATE SOBRE A PROMOÇÃO DA SAÚDE E AUTONOMIA ESTUDANTIL
A Red Bull na UNEB: o que está em jogo com a instalação de máquinas no campus
Em 2023, a instalação de máquinas de venda automática da marca Red Bull na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) gerou repercussão entre estudantes e acendeu debates sobre os impactos desse tipo de equipamento em um espaço público de formação acadêmica e cidadã.
O Diretório Acadêmico de Farmácia (DAFAR) divulgou uma nota relatando que, diante das dúvidas levantadas, o Centro Acadêmico de Saúde (CAUS) conduziu uma pesquisa de opinião para ouvir a comunidade estudantil sobre a permanência da máquina. Até o momento, porém, os resultados dessa consulta não foram divulgados, e a universidade ainda não se posicionou publicamente sobre o caso.
Entre energia e exaustão: saúde em disputa
A principal substância das bebidas energéticas, a cafeína, quando consumida em excesso, pode gerar efeitos adversos como distúrbios do sono, aumento da ansiedade e impactos cardiovasculares. Esses riscos se tornam ainda mais significativos em um ambiente universitário, onde o cuidado com a saúde mental, o descanso e a qualidade de vida são fundamentais para o rendimento acadêmico.
O direito de decidir: participação e democracia
A instalação da máquina sem consulta prévia à comunidade evidencia a urgência de fortalecer os mecanismos de escuta e decisão coletiva na UNEB. Quando decisões que afetam diretamente a vida universitária são tomadas sem diálogo, enfraquece-se o princípio da gestão democrática que deve nortear uma universidade pública.
Marketing corporativo na universidade pública: que presença é essa?
A entrada de marcas comerciais nos campi — especialmente aquelas associadas a produtos de alto consumo e potencial risco à saúde — levanta questões éticas.
O espaço universitário é, por excelência, um território de construção de conhecimento e formação crítica.
Tornar-se vitrine para o marketing corporativo pode comprometer essa missão, normalizando hábitos de consumo que contrariam políticas públicas de saúde e bem-estar.
Por uma universidade que promova saúde e cidadania
A universidade tem o dever de garantir ambientes que favoreçam a saúde coletiva, o pensamento crítico e a justiça social. Isso exige ações comprometidas com os seguintes princípios:
•Equidade: Criar políticas que assegurem acesso igualitário a alimentação saudável e espaços de cuidado, especialmente para estudantes em situação de vulnerabilidade.
•Participação: Instituir consultas públicas e conselhos paritários com poder deliberativo sobre temas que impactam diretamente o cotidiano acadêmico.
•Ambiente saudável: Rever contratos com fornecedores, ampliar hortas comunitárias, criar espaços de descanso e reduzir a oferta de produtos nocivos à saúde.
•Educação crítica para a saúde: Promover oficinas, campanhas e projetos que debatam os determinantes sociais da saúde, o consumo consciente e o autocuidado.
•Valorização dos saberes tradicionais: Inserir no cotidiano da universidade a culinária ancestral, práticas fitoterápicas e outras formas de cuidado comunitário.
•Articulação intersetorial: Integrar ações entre os setores de saúde, cultura, assistência estudantil, esporte e ensino, promovendo iniciativas transversais que atendam às reais necessidades da comunidade acadêmica.


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