“QUEM OLHA PRA FRENTE SONHA, QUEM OLHA PARA DENTRO ACORDA”

A busca por reconhecimento e visibilidade é reflexo de um vazio que o olhar externo nunca preenche.

O vazio não nasce da ausência de aplausos, mas da ausência de sentido e enraizamento no próprio ser.

Nenhuma validação externa compensa a ausência do próprio encontro.

O mundo exterior é um teatro de imagens. É nele que projetamos nossos desejos, medos e fantasias. O olhar voltado para fora se encanta com os símbolos do sucesso, da beleza, do amor idealizado, da segurança, da aceitação. Mas esse encantamento é, muitas vezes, um encantamento no sentido literal: uma hipnose, um transe, um sonho acordado.

Sonhar, aqui, não é apenas desejar. É viver prisioneiro das expectativas que o mundo oferece. Quem vive olhando apenas para fora, vive no campo das aparências, das máscaras, das construções sociais. Vive buscando, incessantemente, algo que sempre parece estar do lado de fora — e nunca se completa.

Olhar para dentro, no entanto, não é um ato confortável. É um mergulho. É descer aos porões da própria psique, enfrentar o espelho das próprias sombras, encarar aquilo que se esconde por trás do personagem social que vestimos todos os dias.

E aqui reside o paradoxo: despertar não é acordar para uma realidade externa mais nítida, mas para uma realidade interna mais autêntica. Acordar é reconhecer-se — na dor, na luz, no vazio e na potência. Acordar é perceber que a realidade não se esgota no que os sentidos captam, mas se expande no que o espírito compreende.

Na tradição filosófica, isso dialoga com a metáfora da caverna de Platão. O mundo das sombras, das projeções na parede, é o mundo do olhar para fora. A saída da caverna — o doloroso ato de voltar-se para dentro, reconhecer-se, iluminar-se — é o verdadeiro despertar.

Mas Jung adiciona algo radical a esse percurso: ele nos diz que o caminho não é só para cima, em direção ao céu das ideias, mas também para baixo, em direção ao inconsciente, às raízes, ao que foi rejeitado e esquecido. A individuação — conceito central em sua obra — é o processo pelo qual o ser humano se torna aquilo que ele é, na totalidade de si.

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