Suíços e americanos se rendem ao café, cacau e guaraná da Bahia.

Cooperativas de Produtores se qualificam para exportar seus produtos com valor agregado.

Meia tonelada de liquor de cacau, preparo que serve de base para a produção de chocolates, e de café especial de Piatã, município da Chapada Diamantina, na Bahia, seguiram para a Suíça, e outras 21 toneladas de guaraná in natura foram embarcadas aos Estados Unidos. As exportações é o primeiro resultado prático do projeto Agro.BR, iniciativa da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), para capacitar produtores que desejam vender ao exterior.

No caso do líquor de cacau a produção é da Coopercabruca (Cooperativa de Produtores de Cacau Cabruca da Bahia de Itabuna). 

O café especial foi processado pela Verde Coffees, de Vitória da Conquista, município baiano a 300 quilômetros de Piatã. 

O guaraná pertence à Coopafbasul (Cooperativa dos Agricultores Familiares do Baixo Sul), do município de Ituberá (BA).

Elas foram capacitadas para realizar os processos de formação de preço para exportação, modalidades de pagamento, negociação e marketing internacional. 

Também participaram de rodadas de negócios online, promoveram seus produtos em portfólio virtual multilíngue e contaram com o atendimento do escritório do Agro.BR na Bahia para criação de planos de exportação e orientações diversas.

“Realizaram a negociação diretamente com os importadores e viabilizaram a logística”, disse Roberto Vianna, consultor do Agro.BR na Bahia.

Para a gestora do projeto e coordenadora de promoção comercial da CNA, Camila Sande, o projeto Agro.BR veio para mudar a realidade do pequeno e médio empresário rural brasileiro que quer exportar. “Exportar para Suíça e os Estados Unidos significa que cumprimos altos padrões de qualidade e que agradamos o consumidor”, afirma Camila.

Guaraná de cooperativa com 1.200 produtores é rastreado na origem



A cooperativa Coopafbasul – que produz 50 toneladas de guaraná por ano e possui 1.200 cooperados – rastreia o produto, faz manejo sustentável e vende com o Selo de Identificação da Agricultura Familiar. 

Apesar de já ter exportado de forma indireta para a França, esta foi a primeira venda internacional de guaraná in natura com o controle de toda a operação, desde o planejamento, negociação, formação de preço, embarque e pós-venda. 

O resultado foi uma lucratividade 40% maior do que se tivesse comercializado o produto em pó. “Permitiu que a gente pudesse agregar valor à nossa cultura. Creio que mais exportações virão pela frente”, disse Gileno Araújo dos Santos, diretor da Coopafbasul.

Sistema de produção de cacau no modelo cabruca aposta na sustentabilidade



No caso da Cooopercabruca, que adota o modelo de produção cabruca, no qual o cacau é cultivado juntamente com árvores da Mata Atlântica do sul da Bahia, o marketing é a ousadia. 

“Tivemos a ousadia de exportar líquor para a Suíça, um país reconhecido mundialmente pela qualidade dos seus chocolates”, afirma Orlantildes Pereira, presidente da Coopercabruca. “Temos certeza que essa foi apenas a nossa primeira exportação”. Para Jônatas Verde, sócio-proprietário da Verde Coffees, o projeto coloca os pequenos produtores como empresários rurais. 

“É um projeto que amplia os nossos horizontes, promove o aprimoramento dos serviços e melhora a qualidade de vida dos produtores rurais”, diz o executivo.

Fonte: Forbes


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