Escola de Gastronomia Social promove ciclo de bate-papos sobre cultura alimentar cearense

Pesquisadoras do 3º Laboratório de criação em cultura alimentar e gastronomia social compartilham suas experiências

A Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, instituição da Secult (Governo do Ceará), gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), inicia uma série de lives, nesta quinta-feira, às 16h, com pesquisadoras do Laboratório de Criação em Cultura Alimentar e Gastronomia Social no Instagram. O evento pretende mostrar novas perspectivas de pesquisa no campo da cultura alimentar cearense. A programação segue nos dias 21, 24 e 25 de maio, sempre às 16h.

A primeira convidada do bate-papo é Rojane Santos. Nascida e crescida no assentamento Maceió, em Itapipoca, a 130 km de Fortaleza, ela dedicou a pesquisa a melhorar o método de produção do óleo de coco no sítio Coqueiro, comunidade onde mora.

Mentorada por Fabio Menna e Jerônimo Villas-Boas, o objetivo da também jovem agricultora era fazer com que o processo de fabricação não agredisse o meio ambiente e valorizasse os sabores e saberes herdados. O resultado foi um óleo de coco agroecológico que já está disponível para a venda no perfil @oleodecocoagroecologico.

Luciana Santos é a convidada para o segundo dia de live (21). Pescadora, marisqueira, quilombola e uma das líderes na comunidade do Cumbe, em Aracati, ela trabalhou em um cardápio que valorizasse os temperos locais.

Um dos produtos da pesquisa da quilombola foi uma conserva de ostras defumadas, alimento presente na comunidade. O desenvolvimento do insumo foi orientado por Gabriella Pieroni. Participar do Laboratório para Luciana, “trouxe aprendizados e fortalecimento para a comunidade.”

Na segunda-feira (24), Bárbara Maiara compartilhará sobre sua pesquisa na Comunidade do Farol, em Itarema. Formada em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará (UFC), ela conheceu o lugar durante um passeio da faculdade.

Bárbara se propôs a inovar na na criação de produtos com o búzios a partir do resgate dos saberes das marisqueiras. O processo mentorado por Fernando Goldstein e Leonardo Andrade teve, entre os resultados, uma conserva de búzios.

Breno Veríssimo é convidado do último dia de live (25). A pesquisa dele nasce no alpendre de casa, no assentamento Várzea do Mundaú, em Trairi. O objetivo é divulgar e explorar as possibilidades da araruta e da ligação com a história de seu povo.

Com a orientação de André Luiz, o pesquisador produziu a fécula da araruta, além de elaborar materiais gráficos e audiovisuais que trazem a história do insumo, dão instruções sobre o plantio e ensinam receitas. Breno acredita que a “comida nos fortalece de várias formas, fortalece nosso corpo, nosso espírito e nossas lutas”.

Uliana Lima, coordenadora do Laboratório de Criação em Cultura Alimentar e Gastronomia Social, afirma que a intenção do programa “não foi só mostrar do que as pessoas se alimentam, mas como os insumos são cultivados e quais modos tradicionais de vida para que ele chegue no prato das pessoas”.

Sobre a Escola

Instituição da Secult Ceará, a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB) é gerida pelo Instituto Dragão do Mar. O nome faz referência ao fundador do grupo M. Dias Branco, que financiou a sede doada para o Estado em uma parceria público-privada. O centro de formação oferece cursos básicos e profissionalizantes em cozinha, panificação e confeitaria, além de mentorias para desenvolvimento de produtos e projetos, por meio do Laboratório de Criação em Cultura Alimentar e Gastronomia Social. Todas as atividades são gratuitas, mediante inscrição e processo seletivo. O público-alvo preferencial da escola é formado por jovens em situação de vulnerabilidade social e adultos com ou sem experiência em gastronomia.

Serviço

Lives EGSIDB
Quando: dias 20, 21, 24 e 25 de maio, às 16 h
Onde: Instagram @escolagastronomiasocial

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