Chef João Diamante estreia programa de TV que ressalta a gastronomia suburbana carioca.

 Às vésperas de completar 30 anos (29 de maio), João Diamante estreou seu primeiro programa na TV, o Garimpeiro do Sabor, que ressalta a gastronomia suburbana carioca, no canal Woohoo (565 na NET).

No episódio de estreia, esta semana, o anfitrião fez um tour pelo Morro da Conceição, na zona portuária, para conhecer a história de Georgia Gomes, cozinheira de mão cheia projeto ex-aluna do social "Diamantes na cozinha" e neta do compositor Noca da Portela.

Cravado no bairro da Saúde, o Morro da Conceição integrou o Rio Colonial, onde ontem, hoje e sempre, sobram referências de cozinha, vida e empreendedorismo.

É dela uma receita famosa de bobó de camarão servido no antiquário G&G Gourmet, na Vila Olivia. Um casarão histórico simpático cheio de LPs de samba na prateleira, fotos de bambas na parede e artigos de decoração que remetem à Belle Époque.

Sambista de carteirinha, Georgia foi passista e, em 2020, chegou para assumir as panelas do espaço. Das rodas de samba frequentes ali surgiu um prato que se tornou uma marca do chef: o bobó de camarão.

“Aqui eu faço resgates de gastronomia, cultura e samba. Enquanto mulher preta e empreendedora, eu prezo por harmonia e paz, o que deve se refletir em minha comida ”, diz Georgia.

Na primeira parte do programa, uma conversa sincera com João Diamante, na qual a cozinheira conta parte da sua vida, relembra passagens ao lado de bambas de prestígio e, indagada pelo apresentador, avisa: “Meu bobó leva menos dendê”.

Em seguida, os dois partem para a cozinha, onde ela ensina alguns dos seus truques (“uso coentro moído na hora para finalizar, traz um aroma incrível, de frescor”).

Vários empreendedores gastronômicos da favela foram envolvidos no programa. “Acho que as pessoas ficarão encantadas e vão querer garimpar novos talentos junto com a gente”, diz João.

O Bobó de Camarão tem origem afro-brasileira, provavelmente introduzida grande número indígena e se popularizou tanto na Bahia que se tornou um dos pratos típicos do estado.

“Em África, é tradicionalmente feito com creme inhame, aqui, por causa dos indígenas, passou a ser preparado com aipim”, explica Diamante.

O clássico baiano, para a experiente Rita Lobo, ganha mais sabor com leite de coco caseiro e caldo de camarão, preparado com as cascas. “Para ficar ainda mais arretado, sirva com farofa de coco, arroz branco e folhas de coentro”, indispensável a chef no seu “Panelinha”.


Fonte: O Globo


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