A proposta busca conectar os saberes ancestrais sobre a pesca, a mariscagem e o uso das raízes, folhas e temperos locais com os rituais e a culinária de matriz africana.

A oficina pretende valorizar o conhecimento tradicional sobre o mangue como território de vida e resistência;

Explorar o papel dos mariscos, do dendê e das folhas alimentícias tradicionais na culinária e nos rituais afro-brasileiros.

Investigar o impacto ambiental e social da exploração dos manguezais, ressaltando a importância da preservação desses espaços.

Criar um espaço de troca intergeracional, unindo mestres dos saberes culinários, pescadores e pesquisadores.

A atividade faz parte de um movimento maior de resgate e fortalecimento da relação entre território, cultura e alimentação, reforçando a conexão entre a espiritualidade e a biodiversidade local.

Conectando Engenho da Ponte 

O Quilombo Engenho da Ponte está localizado no Vale do Iguape, no município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Sua ocupação remonta ao período colonial, quando africanos escravizados e seus descendentes formaram comunidades quilombolas como forma de resistência ao sistema escravista.

Esses quilombos serviam como refúgios para preservar suas tradições culturais e modos de vida.

Ao longo dos anos, os moradores do Engenho da Ponte mantiveram práticas culturais importantes, como a Esmola Cantada, um ritual religioso ligado aos festejos de São Roque, padroeiro da comunidade. Além disso, atividades como a mariscagem, a pesca e o cultivo do dendê são fundamentais para a economia local, demonstrando o vínculo da comunidade com o território.

O reconhecimento oficial das terras quilombolas no Brasil foi regulamentado pelo Decreto nº 4.887, de 2003, que estabelece os processos de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação dessas áreas. Em 24 de maio de 2018, o Incra reconheceu oficialmente o território quilombola que inclui as comunidades de Caonge, Dendê, Engenho da Praia, Engenho da Ponte e Calembá, todas em Cachoeira.

Esse território abriga 83 famílias remanescentes de quilombos, em uma área de 973 hectares.

A história do Engenho da Ponte é marcada pela resistência e pela luta pela manutenção da identidade cultural e territorial. 

A transmissão oral de saberes desempenha um papel fundamental na preservação da memória da comunidade, garantindo que suas tradições sejam passadas às futuras gerações.

Atualmente, iniciativas como o documentário "Memórias de um Povo" ajudam a registrar e divulgar o cotidiano da comunidade, promovendo o reconhecimento e a valorização de sua herança cultural.

As fotos fazem parte do acervo da fotografa @Beatriz Reis, apresentada na Exposição “Mulheres da Ponte”


Uma vivência sobre tempo, território e tradição, onde o alimento nasce da terra e volta para ela.



☘️Articulação Mestras dos Saberes Culinários Tradicionais 




"Onde o chão é sagrado, o alimento vira memória."




Data e Horário: 11 a 13 de abril (sexta a domingo), 9h às 15h


Local:


Quilombo Engenho da Ponte | Bacia do Iguape, Cachoeira - Bahia 


Inscrições: direct e pelo whatsapp (71) 992720745- Lígia Benigno




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