Evento marca lançamento das primeiras ações do Plano de ação para o desenvolvimento do turismo étnico afro de Salvador!

AfroBiz Salvador e AfroEstima Salvador -, ações entre as várias que estão previstas no plano de fomento ao Turismo Étnico-Afro da cidade.

Afrobiz é uma plataforma on-line e interativa para divulgação de produtos e serviços de afroempreendedores do turismo da cidade, além de abranger a realização de rodadas de negócios que visam conectar todo o conteúdo cadastrado a compradores nacionais e internacionais.

O objetivo da ferramenta é aumentar a visibilidade dos negócios afro da cidade, facilitando vínculo tanto aos consumidores quanto com possíveis e fornecedores investidores, dando mais oportunidades de vendas para os executivos.

Já o projeto Afroestima Salvador é uma iniciativa educacional gratuita que será desenvolvida de forma híbrida (on-line e presencial), através da realização de capacitações e mentoria, com conteúdo digital e físico. Os cursos envolvem áreas de Marketing Digital, Gestão de Negócios e Liderança com foco na juventude negra, passando por módulos chamados de sociais, como “História, cultura afro-brasileira e da diáspora” e “Desenvolvimento Pessoal e Social”, dentre outros.

De baianas de acarajé a donos de estabelecimentos de variados segmentos. Se a liderança é negra e o negócio é voltado para a valorização da cultura afro-brasileira.

Salvador ganhou o plano de ações para estimular o turismo étnico-afro.

Iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), o Plano de Ações Étnico-Afro busca dar benefícios a quem une empreendedorismo à ancestralidade.

Afro-empreendedores serão beneficiados com plano para estimular turismo étnico.

Segmentos diversos serão contemplados pela iniciativa; investimento é de R$ 3 milhões.

A ideia é que atividades que estão ligadas ao cotidiano de Salvador sejam valorizadas frente à economia e o turismo local. Entre as principais ações propostas na elaboração do projeto, estão o mapeamento dos empreendimentos liderados por afrodescendentes no setor de turismo da capital, além da promoção do acesso de turistas a produtos e serviços fornecidos por afro-empreendedores. 

Uma das ações já foi anunciada pelo prefeito: a requalificação urbanística do Curuzu, na região da Liberdade. Com intervenção prevista para este ano, a intenção é transformar a localidade em um corredor cultural, onde estão localizadas entidades como o bloco afro Ilê Aiyê e o Terreiro Vodum Zô.

Para Tinoco, a iniciativa é uma valorização justa e necessária da cultura afro-brasileira. "A gente usa elementos afros da cidade, por exemplo, quando usamos a imagem de uma baiana. Além de [usarmos] outros [elementos] que tem Salvador como origem", comentou ele, citando que elementos locais são usados para alavancar o turismo e que chegou a hora de retribuir.

Tinoco também pontuou que há um aquecimento da economia local e uma valorização dos empreendedores quando a cidade oferece produtos e experiências locais ao turista.

O secretário disse que o projeto dará uma atenção especial em relação à mulher negra. 

"Não temos essa cultura afro estruturada, num ponto de vista profissional, técnico.  Promoveremos palestras, entrevistas e outras atividades que ajudem, por exemplo, as trancistas a terem uma meta de desenvolvimento", exemplificou, ao lembrar que Salvador é a cidade mais negra fora da África.

 Turismo social, aliás, é o que a baiana Telma dos Santos Silva, 60 anos, já faz há 40, só no Centro Histórico de Salvador. Ela vive exclusivamente do dinheiro que consegue posando para fotos com os turistas que visitam a cidade e admite que sofre com falta de estrutura.

(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)

"Eu fico muito feliz que haja uma iniciativa assim. Que seja para o bem, não só meu, como também de minhas colegas, de minha filha que vai continuar o meu legado. Aqui nós não temos onde tomar um banho, onde esquentar uma comida", disse acrescentando que trabalha pelo menos 12 horas por dia. 

Para Telma, que está prestes a se aposentar por idade, apesar de todos os problemas, o ofício rendeu bons frutos. "Tem dia que é mais por amor, do que por dinheiro. Realmente precisamos dessa assistência", finalizou.

Patrimônio imaterial
A baiana Telma são as verdadeiras responsáveis por fazer valer o peso cultural da Bahia e de Salvador.

"Nosso maior patrimônio é o imaterial. São essas nossas experiências, vivências, e não só nossas belas praias. E é isso que faltava, uma estruturação, uma política municipal, algo que ajude a compor nosso patrimônio imaterial", o investimento desta fase do plano é de cerca de R$ 728 mil.

O recurso, dentro do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), será utilizado pelo consórcio Cria Rumos Arandas, vencedor do processo licitatório. Segundo o prefeito, a ordem de serviço é válida até 2020. "O objetivo é que seja uma política pública permanente, um legado, porque o nosso grande diferencial é, sim, a cultura", argumentou o gestor, que citou o Ilê Aiyê como pioneiro na promoção independente da cultura da Bahia.

(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)

Líder do bloco, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, comentou sobre a importância de olhar para a cultura afro também com fins empreendedores. "É uma coisa que nós, o Olodum e outras entidades já falamos há tempos, é um trabalho que fazemos há anos. Nós recebemos um número grande de turistas a partir de setembro, é assim todos os anos, e isso precisa ter atenção, estrutura", disse, ao comemorar o projeto municipal.

A notícia da construção e implementação do Plano de Ação Étnico-Afro também foi vista com bons olhos por profissionais do meio turístico, como a presidente da Afrotours Turismo Cultural, Nilzeth Santos.

“Espero que o plano seja um sucesso, porque é necessário. A primeira coisa que deveria ser feita é respeitar o turismo afro-religioso. Depois, cuidar dos atores do turismo étnico, como as baianas e o capoeirista, qualificando e remunerando eles bem. Ouvir também os guias, preparar vários roteiros, convidar várias empresas e pessoas negras para empreender. Esse segmento é do povo negro e precisamos nos beneficiar com isso”, afirmou.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Viagens (Abav) na Bahia, Jorge Pinto, também está otimista: "É bastante positivo investir no mercado étnico. Esse investimento acaba gerando novos negócios, empregos, oportunidades".  

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