Casca de tamarindo é transformada em combustível para veículos

 Por Andréa Fassina

Pesquisadores conseguiram processar a casca de tamarindo e transformar em combustível para abastecer veículos.

A palavra Tamarindo, literalmente significa Tâmara da Índia, sempre que vejo uma foto do Tamarindo, fico salivando, uma fruta que faz parte da minha infância, mas que infelizmente não vemos mais em nossas mesas.

Ela talves faça a ponte entre Bahia e Oriente, com seus Chutneys e por aqui no Tabuleiro das Baiana, na doçaria do Recôncavo, no Biscoito Madú, feito com a casca, também muito saboroso com a Carne de Cordeiro, que servia em meu restaurante.

"Estudos indicam que esse alimento serve para o tratamento de problemas no aparelho digestivo, ajuda no combate à produção de gases no intestino, possui propriedade expectorante (ajuda a expelir as secreções acumuladas nos brônquios), laxativa, favorece a digestão e existem pesquisas que o relacionam à cura da febre da malária. Descobertas apontam que o tamarindo dispõe de atividade antibacteriana, antifúngica e anti-inflamatória, além de apresentar efeito antidiabético."

O artigo foi publicado no periódico Chemosphere, e a proposta dos cientistas das Universidades Tecnologica de Nanyang e Alagappa, na Índia – em parceria com a Universidade da Noruega – soluciona um problema de desperdício da própria fruta, consumida no mundo todo, além de limpar o meio ambiente.

A casca é considera lixo agrícola e acaba sendo descartada em aterros sanitários.

Fonte de energia

As nanofolhas produzidas a partir de casca de tamarindo mostraram boa estabilidade térmica e condutibilidade elétrica.

Isso as torna promissoras para o armazenamento de energia e uma alternativa ecológica na comparação com os produtos industriais empregados hoje.

A transformação

Primeiro, os cientistas lavam as cascas de tamarindo e secam a 100 ºC por seis horas.

Em seguida, elas são trituradas e transformadas em pó. Depois, o pó é assado de 700 ºC a 900 ºC por 150 minutos, sem oxigênio, para que seja possível convertê-lo em nanofolhas de carbono.

A casca é porosa e rica em carbono e é justamente isso que faz com que ela seja um bom material essencial para supercacitores, que são dispositivos de armazenamento de energia usados em automóveis, ônibus, veículos elétricos, trens e elevadores.

“As nanofolhas são feitas de camadas de átomos de carbono organizadas em hexágonos ligados entre si, é como uma fava de mel”, explica, em nota, o pesquisador Dhayalan Velauthapillai, da Universidade da Noruega Ocidental de Ciências Aplicadas.

“O segredo por trás da capacidade de armazenamento está na estrutura porosa, que resulta em uma grande área capaz de auxiliar o material a suportar altas cargas elétricas.”

Produção mundial

Agora, os pesquisadores estão trabalhando para aprimorar as propriedades eletroquímicas das nanofolhas de carbono feitas com tamarindo para reduzir a quantidade de energia usada durante a sua manufatura.

No futuro, eles pretendem explorar a produção de nanofolhas de carbonos em larga escala com parceiros do agronegócio e utilizar outros tipos de casca para obter resultados similares.

Com informações da Galileu

Esta postagem foi modificada pela última vez em 24 de julho de 2021




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