Primavera Tapuya
O antropólogo Renato Sztutman, diz que os mitos contam como as coisas chegaram a ser o que são. Contam como as divindades, os homens, os animais e as plantas se diferenciaram.
Os rituais, por sua vez, fazem o caminho inverso dos mitos. E, não por acaso, eles se dispõem muitas vezes a contar o mito, a recriar o mito, promovendo uma espécie de retorno a esse tempo de indiferenciação geral em que divindades, homens, animais e plantas se comunicavam entre si, e produziam sua existência por meio dessa interação.
As populações indígenas acreditam que esta comunicação, esta interação deve se dar de maneira mediada e é indispensável para a produção de pessoas e da própria sociedade.
Afinal, é do cosmos mítico que são extraídas as matérias-primas para a constituição das pessoas e da sociedade. Perder de vista esta comunicação, esta interação é entregar-se à inércia, à permanência num mundo sem sentido.
Segundo o antropólogo Claudio A. Dourado de Oliveira “Os Tapuyas mantém uma relação com a terra, os minerais e os astros num entrelace de saberes dentro de uma dinâmica própria viva e vivida que norteia toda produção dos conhecimento, seus modos de vida e cultura.
O território de Riacho das palmeiras com sua memória coletiva contada, cantada e encantada define o lugar sagrado que guarda e preserva os saberes tradicionais de uma linhagem, que ao mesmo tempo, guia a comunidade dos povos Tapuyas, sem se desconectar do presente, do local, do vivido num arranjo entre a ‘consciência-de-si-mundo’ e o cenário político, econômico, social do país em que vivem”.
*Renato Sztutman, antropólogo. Professor do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, pesquisador do Núcleo de História Indígena e do Indigenismo/NHII-USP e colaborador do ISA
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