Servidos?


O chumbinho é um molusco bivalve que é encontrado no Reconcavo Baiano e é um ingrediente tradicional da culinária baiana. É também conhecido como sarnambi e berbigão. 

O chumbinho (Anomalocardia brasiliana), também conhecido como fuminho, é um pequeno marisco encontrado nos manguezais do Recôncavo Baiano. 

Ele é semelhante ao vôngole e à lambreta, mas tem um sabor próprio e uma textura delicada. Muito apreciado na culinária tradicional da região, o chumbinho é colhido à mão por marisqueiras que conhecem bem os ciclos das marés e a ecologia dos manguezais.

Na cozinha, ele é usado em moquecas, ensopados e lambretas, geralmente temperado com bastante coentro, leite de coco e azeite de dendê. Seu sabor lembra o do mar, intenso e levemente adocicado, e harmoniza bem com pirão e arroz. Apesar de sua riqueza culinaria e cultural, o chumbinho tem sido menos consumido nos últimos anos devido à redução dos estoques naturais, causada por impactos ambientais nos manguezais.

O nome "chumbinho" vem do formato pequeno e arredondado do marisco, que lembra os antigos projéteis de chumbo usados em espingardas. Já "fuminho" pode estar relacionado à forma como ele se espalha pelo mangue, parecendo uma poeira fina quando está em grande quantidade.

As marisqueiras locais, no entanto, costumam evitar esses nomes porque "chumbinho" pode remeter a algo perigoso, como o veneno para ratos, e "fuminho" pode lembrar algo menos valorizado ou de pouco peso. Em vez disso, elas preferem chamá-lo de "chumbinho do mangue" ou simplesmente "marisco", reforçando sua identidade local e a importância cultural e alimentar desse molusco.

Esse costume de renomear ingredientes de acordo com a cultura local é bem comum em comunidades pesqueiras e agrícolas, onde a oralidade e a experiência cotidiana moldam os significados dos alimentos.

O CHUMBINHO E A PRESERVAÇÃO DOS MANGUEZAIS 

O marisco chumbinho é um molusco muito apreciado na culinária do Recôncavo Baiano, sendo parte da cultura alimentar das comunidades ribeirinhas e quilombolas. 

Ele é coletado nos manguezais, ecossistemas fundamentais para a biodiversidade e a segurança alimentar dessas populações.

A proteção dos manguezais é essencial para garantir a reprodução do chumbinho e de outros mariscos. No Recôncavo Baiano, as comunidades tradicionais vêm enfrentando desafios como a poluição dos rios, o avanço da carcinicultura (criação de camarão em cativeiro), e a especulação imobiliária, que degradam esses ambientes.

Muitas comunidades quilombolas e marisqueiras têm se mobilizado para preservar os manguezais, seja por meio de práticas sustentáveis de coleta, seja por ações de resistência contra projetos que ameaçam esses territórios. Além disso, há iniciativas de reflorestamento de áreas degradadas e fortalecimento do extrativismo sustentável, garantindo que espécies como o chumbinho continuem sendo um recurso alimentar acessível.


"Chumbiabo". A receita é da chef Jacira Bibiano. Confira abaixo o passo-a-passo.

Ingredientes

1 kg de chumbinho (muito bem lavado para tirar a areia)
20 quiabos (cortados em quatro pedaços)
500 g de camarões frescos e limpos
2 tomates (sem pele)
2 cebolas
1 pimentão
2 colheres de sopa de extrato de tomate
1 copo e meio de leite de coco
1/2 copo de azeite de dendê

Vatapá de abóbora:

600 gramas de abóbora limpa e cortada em pedaços
1 pedaço de gengibre
1/2 tomate (sem pele)
1/2 cebola
1 colher de sopa de extrato de tomate
2 colheres de sopa de azeite de dendê

Como fazer


Coloque os pedaços de abóbora em água fervente e comece a preparar o chumbiabo. Com um pouco de leite de coco, regue a frigideira de barro (já no fogo) que vai receber o chumbinho. Coloque os tomates, as cebolas e o pimentão bem picados no chumbinho.


Quando o marisco e os temperos começarem a soltar água, misture o extrato, o leite de coco e acrescente os quiabos em pedaços. Tampe e deixe cozinhar em fogo baixo. Enquanto isso, tire a abóbora cozida do água e coloque no liquidificador.


Com todos os ingredientes do vatapá e sal a gosto, separe e sirva em uma panelinha de barro. Quando o quiabo estiver "al dente", coloque os camarões (já temperados com alho e sal). Aguarde três minutos até que o camarão esteja vermelho e sirva.



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