MILHO, MEMÓRIA E PACIÊNCIA 🌻
A memória é como um arquivo que se reescreve constantemente. Cada vez que relembramos algo, associamos novas experiências e, sem perceber, alteramos a lembrança original.
Outro dia me estressei porque, do nada, ele resolveu comer apenas uma coisa. Testei mil e uma preparações, mas nada funcionava. Pensei em ceder e oferecer qualquer “tranqueira” só para ver se ele comia. Mas, sem tempo para ir ao mercado, insisti no que já tinha em casa. E, de repente, ele quis. Aos poucos, lá estava o Padawan retomando sua alimentação.
É estranho esse desejo de mãe de querer que as crianças comam tudo o tempo todo. No fundo, a alimentação também é memória: sabores que marcam momentos, cheiros que remetem a sentimentos. E nós, adultos, que temos plena consciência, nem sempre queremos comer de tudo o tempo todo. Um dia buscamos algo mais doce, noutro preferimos o ácido, o fresco ou o encorpado.
Talvez criar tantas expectativas sobre uma criança não seja o caminho mais saudável. Afinal, cada refeição também é uma lembrança em formação, uma experiência que será resgatada mais tarde de formas imprevisíveis.
Por aqui, seguimos com mais calma e paciência, respeitando o pequeno como o ser humano que ele é—e deixando que ele construa suas próprias memórias à mesa.
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