#CULTURALIMENTAR O QUE NÃO TE CONTARAM SOBRE O MANGARITO!

Embora sua origem exata ainda seja debatida, sua história remonta aos indígenas, que já o utilizavam em sua dieta antes da chegada dos colonizadores. 

O Mangarito, um tubérculo brasileiro, fazia parte da dieta popular há cerca de 100 anos, mas acabou desaparecendo

O Mangarito pode ser usado em pratos doces ou salgados e o sabor se assemelha ao da batata-doce e ao da mandioquinha”.

O mangarito pertence à família Araceae, a mesma da taioba (Xanthosoma sagittifolium) e do taro (Colocasia esculenta), o conhecido inhame.

No entanto, apesar de ser referido por alguns autores como X. mafaffa, a evidência morfológica aponta para X. riedelianum como a espécie predominante.

O mangarito teve seu primeiro registro feito em 1587, por Gabriel Soares de Sousa, em seu Tratado Descritivo do Brasil. Em 1625, foi novamente descrita em outra publicação – Tratado da Terra e Gente do Brasil, de autoria do padre jesuíta Fernão Cardim. Sendo consumido pelos índios, porém, muito antes da descoberta do Brasil.

De sabor amendoado, o mangarito é também conhecido por mangarás tornou-se raridade nos mercados brasileiros; da mesma família do inhame e da taioba; são utilizados na culinária, fritos, cozidos, em forma de purê, sopa, bolinhos e assados.

Tradicionalmente cultivado em áreas tropicais e subtropicais úmidas, o mangarito necessita de condições específicas para se desenvolver de maneira ideal. Seus rizomas, que podem ser produzidos em número de até 100 por touceira, são o principal produto valorizado, embora suas folhas também sejam comestíveis. 

O sabor único dos rizomas, que é descrito como delicado e levemente amiláceo, já fazia parte da dieta indígena no período pré-colombiano. Contudo, devido à globalização e urbanização, o mangarito tem se tornado cada vez mais desconhecido, embora ainda seja encontrado em feiras no interior de Minas Gerais e em quintais de Goiás, São Paulo e outros estados. Recentemente, sua produção tem se expandido em Santa Catarina, o que traz esperança para a preservação desse alimento ancestral.

“É uma planta que gosta de regiões de baixada e de terra fofa, com boa adubação e irrigada com cuidado, pois não vai bem em terra encharcada. Além disso, a colheita é delicada. Se ele for colhido úmido apodrece muito rapidamente”.

Para o coordenador técnico da área de hortaliças da Emater-MG, Georgeton Silveira a questão comercial é a principal responsável pela queda drástica do cultivo do mangarito. “Ao longo dos anos os produtores foram optando por hortaliças de propagação mais fácil, mais produtivas e que são consequentemente mais lucrativas”, analisa. Silveira conta que há dois anos a Emater-MG, em parceria com a Embrapa, deu início, em Sete Lagoas (MG), a um trabalho de preservação de diversas espécies de hortaliças não convencionais. 

Além do mangarito, estão sendo propagadas em hortas a araruta, o inhame, o jambu, entre outros. “Criamos bancos de multiplicação e em breve teremos material suficiente para distribuir paras as comunidades locais que tiverem interesse em cultivar essas plantas.”

A propagação do mangarito é feita por rizomas-semente, geralmente com 1 a 2 cm, sendo que os rizomas centrais, conhecidos por sua textura mais dura, são menos apreciados na culinária. Algumas curiosidades incluem o fato de que o mangarito não deve ser descascado cru, pois o tamanho pequeno de seus rizomas pode dificultar o processo. Além disso, ele tem um ciclo de cultivo de aproximadamente 8 a 9 meses, com o plantio mais indicado entre agosto e setembro, e a colheita ocorre entre maio e junho.


Nutricionalmente, o mangarito é uma fonte de carboidratos com alta densidade energética, contendo cerca de 100 kcal por 100g e um teor de matéria seca entre 17% e 20%. Além disso, oferece uma quantidade considerável de proteína, variando entre 3% e 3,5%. Por ser uma planta rústica, de baixo custo de produção e alta rentabilidade, o mangarito apresenta grande potencial para a agricultura familiar, além de ter ganhado destaque na alta gastronomia devido ao seu sabor único e à sua versatilidade na culinária.

A produção de mangarito ainda é limitada, mas os estudos sobre o seu cultivo estão em ascensão, trazendo novidades sobre técnicas para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade comercial do produto. Sua singularidade e sabor têm atraído a atenção de chefs e gourmets em todo o Brasil, tornando-o um ingrediente promissor para o futuro da culinária brasileira.

Em um futuro próximo, espera-se que o mangarito deixe de ser uma raridade e se torne mais acessível, permitindo que mais pessoas possam experimentar sua riqueza de sabores e tradições. Seu uso nas mesas da alta gastronomia, assim como nas tradicionais rodas de culinária popular, pode resgatar um pedaço da história alimentar do Brasil e das comunidades que preservam essa tradição.

O Mangarito é uma planta típica da região, conhecida por suas raízes comestíveis, que são utilizadas para preparar pratos saborosos e nutritivos. As mulheres, como guardiãs da culinária tradicional, desempenham um papel fundamental na preservação e transmissão dessas receitas. 

O sequilho de Mangarito é feito com a raiz ralada, farinha e outros ingredientes simples, mas que resultam em uma delícia crocante e saborosa, muito consumida em momentos de confraternização e festas locais.



Curiosidades sobre o mangarito, sua descendência e seus benefícios.

https://www.youtube.com/watch?v=3_46mJof-Zk


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