AJEUMBÓ-DIA DE RECORDAR ✨💛🌻
Angélica Moreira foi uma das mais renomadas chefs baianas, cuja trajetória marcou profundamente a culinária ancestral.
Autora do livro Memórias da Cozinha Ancestral, publicado em 19 de janeiro de 2022, que se tornou um marco ao abordar os saberes e fazeres da culinária tradicional e ancestral, celebrando os pratos que passaram de geração em geração.
Com seu projeto Ajeum da Diáspora, Angélica promoveu a valorização e o resgate da culinária afro-brasileira, levando suas receitas a diferentes estados do Brasil e até ao México, onde compartilhou sua arte e tradição.
Ela também criou o projeto Saboreando Histórias, uma iniciativa que une culinária e literatura negra, com a participação de figuras importantes como Lázaro Ramos e Ana Maria Gonçalves.
Angélica era pedagoga, candomblecista e ocupava o cargo de ajoiê de Oxum no Ilê Axé Opô Afonjá. Ela dizia: “Onde quer que nós negros somos levados, trazemos conosco o nosso jeito de comer.” Sua visão e trabalho dialogavam diretamente com a história da diáspora africana, resgatando e reafirmando as tradições culinárias que fazem parte da nossa identidade.
Infelizmente, Angélica faleceu em 2022, mas seu legado permanece vivo em seus projetos, suas receitas e no impacto profundo que teve na culinária baiana e no fortalecimento das raízes culturais negras. Sua contribuição continua a inspirar muitos que seguem o caminho de preservar e valorizar as tradições culinárias de nossos ancestrais.
Seu livro Memórias da Cozinha Ancestral segue disponível, mantendo sua história e sabedoria acessíveis a todos que desejam aprender mais sobre a culinária tradicional afro-brasileira.
MEMÓRIA AFETIVA
A memória nas relações de afeto na culinária pode abordar diversos aspectos, como as práticas alimentares que são transmitidas de geração em geração, a preservação de receitas e saberes tradicionais, e como a comida funciona como um elo afetivo entre as pessoas e suas histórias.
Em muitas culturas, os pratos tradicionais têm um valor simbólico e emocional profundo, carregando lembranças de momentos familiares, festas e rituais, que são passados ao longo do tempo, criando um vínculo afetivo com as gerações anteriores.
Na perspectiva de Ajeumbó (um termo que se refere à culinária ancestral ligada aos saberes tradicionais), a memória também pode ser uma ferramenta de resistência. Ao preservar e valorizar receitas ancestrais, muitas vezes ligadas a territórios específicos e a práticas culturais, as comunidades não apenas garantem a continuidade dessas tradições, mas também reafirmam a identidade cultural e histórica, que é frequentemente marginalizada.
Esse vínculo afetivo pode ser explorado de várias formas: através do resgate de memórias familiares (como o ato de cozinhar em conjunto ou o uso de utensílios que têm histórias próprias), da importância de certos alimentos em momentos especiais ou até no modo como a comida conecta as pessoas a seus territórios e histórias.
Como Angélica Moreira, que trabalhou com a culinária ancestral, a memória na culinária é mais do que um resgate de sabores, mas também de afetos e pertencimentos, além de ser um meio de preservar histórias que podem ser esquecidas no cotidiano. Esse processo de recordação tem a função de afirmar as raízes e a identidade cultural dos indivíduos e das coletividades.
Angélica Moreira, “Memórias da Cozinha Ancestral”, encontram-se disponíveis. Interessades podem mandar mensagem no direct @moreirasafira ✨💛🌻
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