FARINHA OVINHA DE UARINI: O CAVIAR DAS FARINHAS DA AMAZÔNIA

A Farinha Ovinha de Uarini é um dos tesouros gastronômicos mais apreciados da região amazônica, especialmente no estado do Amazonas, onde é produzida no município de Uarini, conhecido pela sua forte conexão com a cultura ribeirinha e o uso tradicional de produtos locais. 

Considerada uma das farinhas mais refinadas e especiais da Amazônia, é chamada carinhosamente de "caviar" das farinhas, devido à sua qualidade, sabor e processo de fabricação único.


Acompanhe no vídeo @rodrsx o processo de produção de transformação da puba, até a farinha, realmente um grande registro da técnica social indígena.

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O processo de produção da farinha começa com a mandioca amarela, que é colocada em água até apodrecer, um processo conhecido como puba. Essa etapa é fundamental para liberar o amido da mandioca e criar a base para a farinha. Após o apodrecimento, a mandioca é espremida para retirar o excesso de líquido, peneirada e, então, cuidadosamente seca ao sol. O resultado é uma farinha com grãos mais duros e crocantes, o que diferencia essa farinha das mais comuns, que possuem uma textura mais suave. A farinha Ovinha pode ser hidratada para amolecer, mas muitos amazonenses preferem consumi-la in natura, apreciando sua crocância e sabor intenso.

A farinha Ovinha tem uma relação intrínseca com a economia local de Uarini, sendo uma das principais fontes de renda das comunidades ribeirinhas. Ela não só é utilizada em diversas receitas tradicionais da região, mas também é apreciada como um ingrediente versátil em várias preparações. A farinha é frequentemente combinada com pratos típicos como o tucupi apimentado, complementado com a tradicional cachaça. Sua crocância faz dela uma excelente opção para farofas, mingaus e até mesmo como acompanhamento para peixes frescos da região.

Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Amazonas. E o que isso significa?

“Significa reconhecer no processo de fabricação da farinha de Uarini os conhecimentos repassados de geração para geração, a integração entre a produção e o meio ambiente. Significa, ainda, promover o respeito ao sentimento de identidade à criatividade da população local ao conseguir produzir algo diferenciado na apresentação, sabor e produção”, explicou Luiz Herval, gerente de Produção Vegetal do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas).  

O reconhecimento foi feito através da Lei nº 6.794, sancionada em 21/01/24, de autoria do deputado estadual Cristiano D’Ângelo.   

A produção da farinha do Uarini é incentivada pelo Idam, por meio das atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural. Atualmente, segundo o Idam, o Amazonas conta com mais de 70 mil agricultores familiares e produtores rurais que, entre outras culturas, se dedicam à produção do alimento para subsistência e comercialização. A produção do item no Estado é de 154,1 mil toneladas de farinha das categorias d’água, seca e do Uarini, números de 2023.

Além de seu uso na culinária local, a farinha Ovinha tem ganhado destaque em festivais gastronômicos e eventos culinários, onde é valorizada por chefs e entusiastas da gastronomia que buscam explorar os sabores autênticos da Amazônia. Seu processo artesanal, profundamente enraizado nas tradições de Uarini, representa uma conexão direta entre a terra, os saberes ancestrais e a culinária contemporânea, trazendo à tona o prazer de saborear um produto genuíno e culturalmente rico.

O valor da farinha Ovinha vai além de seu sabor único; ela é um símbolo de resistência e preservação das tradições culinárias da Amazônia, refletindo a identidade das comunidades que a produzem e a importância de se manter vivas as práticas alimentares passadas de geração em geração.


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