Por que ‘Catatau’ é obra-prima da literatura de invenção do século XX?

Difícil e intrigante, o livro demorou oito anos de dedicação e faz referência ao trabalho do filósofo René Descartes e do escritor James Joyce 


(Nani Góes/rede Abril) 

Por Redação Bravo! 

Poeta, ensaísta, tradutor, autor de letras para canções da MPB, com trânsito entre os expoentes do tropicalismo, Paulo Leminski (1944–1989) lançou-se na literatura, porém, com a “prosa experimental” de Catatau (1975).

Difícil e intrigante, a obra tomou-lhe oito anos de dedicação. As referências são múltiplas, do filósofo René Descartes ao escritor James Joyce. É prosa na sua dissolução, mas nem por isso menos rigorosa. A fabulação é mínima: fala de um certo Cartésio que espera um explicador (Artyschewsky) e aventa a hipótese de Descartes ter vindo ao Brasil com a invasão holandesa no século 17

O crítico Léo Gilson Ribeiro sugeriu que a obra ombreia “ao avesso com a criação de Guimarães Rosa pela detonação atômica da linguagem”. Para o professor José Miguel Wisnik, Leminski “dá margem a peripécias e conjecturas imaginárias que compõem um complexo temático, ficcional e filosófico original e intuitivo”. 

Após Catatau veio a coletânea de poemas Caprichos e Relaxos (1983), que reúne inéditos e trabalhos publicados anteriormente. Pela primeira vez o poeta atingiu distribuição nacional. 

A crítica mais uma vez deleitou-se. A professora Leyla Perrone-Moisés afirmou que o autor “samurai e malandro ganha a aposta do poema, ora por um golpe de lâmina, ora por um jogo de cintura”. 

A menção ao samurai não é aleatória, pois Leminski é bastante influenciado pelos haicais (poema japonês de três versos), do guerreiro Matsuó Bashô (1644–1694) — daí a imagem do brasileiro como guerreiro Matsuó Bashô (1644–1694) — daí a imagem do brasileiro como guerreiro-poeta ou poeta-guerreiro.


Paulo Leminski Filho também atuou como crítico literário e professor. O autor fez ma revolção na literatura brasileira escrever por sua prosa repleta de trocadilhos, gírias e brincadeiras com ditados populares. O escritor morreu em Curitiba, sua cidade natal, dia 7 de junho de 1989 por conta de uma cirrose hepática.

Em 2024, Leminski completaria 80 anos no dia 24 de agosto. Seu legado será celebrado e resgatado ao longo de todo o mês. 

A Fundação Maria Luisa e Oscar Americano,por exemplo, fará um evento em celebração a esse aniversário no dia 03 de agosto, com a presença das filhas de Leminski e da autora Aline Bei. No dia de se aniversário, a cidade de Curitiba recebe tam um festival dedicado ao autor com grandes nomes da música como no maior palco aberto da América Latina, a Pedreira Paulo Leminski. Arnaldo Antunes, Paulinho Boca de Cantor, um dos fundadores dos Novos Bahianos, Zeca Baleiro e Estrela Leminski com o showLeminskanções.  


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