As Padeiras de Portugal

O ofício de padeira e de medideira revelam a tendência para a mulher desempenhar as funções relacionadas com a produção e a venda do pão na presente cronologia. 

Como tal, as mulheres surgem bastante “...ligadas à alimentação, como por exemplo, a padaria, com as suas múltiplas especializações (confecção de bolos, pão, folhados, pastéis)...”. 

O forno, doméstico ou colectivo, desempenha o papel de uma estrutura indispensável ao fabrico do pão. Dependendo da zona onde se encontrava instituído, pagaria ou não um foro ao rei ou a um senhor particular (laico ou eclesiástico). Geralmente, os fornos explorados na Lisboa do século XVI teriam como capacidade máxima a cozedura de quinze alqueires por cada dez cozeduras.

Por outro lado, distinguiam-se ainda pequenas fornalhas com uma capacidade de dez alqueires por cada cinco cozeduras diárias.

No que concerne à «indústria do biscoito» evidenciamos um claro desenvolvimento ao longo do século XV. 

Assim sendo, e se ao longo do século XIV o seu fabrico estava concentrado livremente nas mãos de privados, no decorrer do século seguinte passou a constituir um monopólio régio.

As «manufacturas do biscoito» localizar-se-iam no Vale do Zebro e na Porta da Cruz, em Lisboa. 

O referido alimento destinar-se-ia às praças situadas no Norte de África.

Embora sucintamente, torna-se fulcral descrever os vários tipos de pão produzido. 

O pão de trigo era sobretudo consumido nos grandes centros urbanos pelas classes privilegiadas. Tratava-se de um pão claro cozido com farinha de melhor qualidade. Genericamente, a grande quantidade de pão consumido era o pão de segunda. Denota-se então “... um consumo abundante de pão fabricado com misturas de farinha. Pães meados, terçados ou quartados designavam, igualmente, a confecção do pão de cozedura com trigo e milho, trigo, milho e centeio, trigo, milho, centeio e cevada...”.

Em épocas menos favoráveis chegavam a ser fabricados sucedâneos de pão feitos de castanha, bolota, lande e lentilha.

Não obstante a apresentação de um capítulo exclusivamente dedicado aos pesos, medidas e preços do pão, ficamos desde já a saber que o mesmo oscilava entre as quatro onças e duas oitavas e as nove onças e cinco oitavas, cujo preço rondava os dois reais e os quatro reais, respectivamente.

O Vale de Ílhavo a povoação rural do concelho, é casa das famosas padas, um pão tradicional, com forma peculiar, que as padeiras da terra tornaram famoso. Além do pão, os folares são outra especialidade que tornou este local popular, na região e no país. 

Das 30 padeiras que chegaram a laborar na localidade, resta hoje metade.

As Padeiras de Ílhavo criaram a Rota das Padeiras visa promover suas iguarias gastronómicas, tendo lugar na Sede da Associação (Rua Cabeço do Nuno, 8, Vale de Ílhavo, junto à Estátua da Padeira), onde decorrerão diversas iniciativas como Showcookings, Degustações, Workshops, entre outras, que permitirão aos visitantes apreciar de forma mais próxima todos os aspetos inerentes a este que é um dos expoentes máximos da culinária ilhavense.






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