FITOALIMURGIA




A fitoalimurgia é o ramo da ciência que trata da nutrição através de plantas espontâneas, é indicada com o verbete fitoalimurgia (fitoalimurgia) que foi proposta em 1767 por Ottaviano Targioni Tozzetti, para indicar a possibilidade de poder alimentar-se colhendo o que a natureza oferece espontaneamente, como já era praticado nas antigas sociedades caçadoras e coletoras.

O que hoje no Brasil conhecemos como Panc, ou plantas alimentícias tradicionais ou ancestrais, já se estudava e registrava na Itália do século XlX.

Estima-se que existam cerca de 20 mil plantas espontâneas para uso alimentar, enquanto apenas 3 mil espécies de plantas passaram a fazer parte da dieta alimentar.

Para muitos esta palavra é desconhecida, pois muitos dicionários a excluem.

A etimologia da alimurgia deriva da contração do latim “alimenta urgente”, ou seja, alimentação em caso de necessidade, ao qual foi acrescentado o prefixo fito para indicar que se trata de plantas.

Muitas palavras latinas por sua vez derivam do grego onde “alymos” = alimento é formado por “lymos” = fome e o prefixo “a” com função privativa portanto alimento que faz você sentir sem fome.

“Urgentia” deriva do grego “ergon” = atividade e assim “alimurgia” significa “atividade que acalma a fome”. 

A primeira aparição oficial da palavra foi em 1767, quando foi publicado um livro com informações sobre o que a população usava para se alimentar durante as fomes (a de 1764 acabava de passar), pragas, guerras, desastres naturais; eventos que impediram o cultivo habitual dos campos com a respectiva colheita. 

Quem escreveu este De Alimenta Urgentia com o subtítulo “alimurgia”, ou forma de amenizar a fome, proposto para o alívio do povo foi Giovanni Targiotti-Tozzetti, médico florentino, aluno do botânico Pier Antonio Micheli e zelador do o Giardino dei Semplici de Florença, que estava muito atento às necessidades das pessoas mesmo fora dos problemas estritamente terapêuticos e que, por isso, entrou em polêmica com a classe médica intolerante a esta escolha. 

A investigação na área botânica foi coordenada e dirigida pelo Professor Tukakov da Universidade de Belgrado que, isolando-se num território bastante extenso com muitos dos seus alunos, alimentou-se durante alguns meses apenas de plantas silvestres, experimentando e confirmando, se necessário , informações populares. 

Este trabalho foi utilizado para traçar um mapa fitogeográfico útil para conhecer a disponibilidade de plantas espontâneas. Ao mesmo tempo, uma comissão dos EUA recolheu informações sobre plantas comestíveis espontâneas utilizadas na Europa; tudo isso para atualizar os manuais de sobrevivência fornecidos às tropas de desembarque.

Se hoje podemos falar de fitoalimurgia também para o Terrazzano, deve-se reconhecer também, no passado, que a sua atividade não ocorria apenas em momentos de necessidade, mas caracterizava a vida como um profundo elemento cultural e económico do indivíduo e de um parte significativa da população Italiana.



POR QUE COLETÁ-LOS?

A coleta de plantas silvestres se desloca no sentido da necessidade de manutenção da saúde. Ao coletar plantas silvestres, elimina-se o risco da presença de substâncias tóxicas causadas por produtos utilizados na agricultura intensiva; obviamente permanece o problema da poluição que geralmente paira sobre todo o planeta; Será responsabilidade do coletor utilizar apenas plantas presentes em ambientes com menor índice de poluição, portanto certamente muito distantes dos centros urbanos.

A GRANDE VARIEDADE

A grande variedade de hortaliças disponíveis pode atender às necessidades alimentares, contribuindo para a solução do problema da fome mundial. Estima-se que existam cerca de 20 mil plantas espontâneas para uso alimentar, enquanto apenas 3 mil espécies de plantas passaram a fazer parte da dieta alimentar.

A nutrição é um fato cultural e o condicionamento, os estereótipos e a mentalidade fechada levam a ignorar e, de certa forma, a desprezar o que a natureza nos disponibiliza para nos nutrir.


Com estes vegetais descobrem-se novos sabores, alguns delicados e doces, outros amargos e picantes, para satisfazer a variedade de necessidades gustativas.


Com plantas silvestres você pode preparar almoços completos, da entrada à sobremesa; estão disponíveis durante todo o ano (dependendo da espécie), mesmo no período de inverno, e algumas plantas são tão difundidas e de tamanho considerável, por exemplo amaranto, quenópodes, urtigas, que grandes quantidades podem ser colhidas em pouco tempo.

DIETAS

Cada estação oferece suas próprias plantas alimentícias.

O uso terapêutico de vegetais silvestres é puramente preventivo, mas se necessário podem ser utilizados em dietas específicas para tratamento de doenças.

No que diz respeito às propriedades curativas, não é possível referir-se à fitoterapia, pois a colheita não é mantida na época balsâmica; além disso, as partes comestíveis muitas vezes são diferentes daquelas utilizadas, das mesmas plantas, na fitoterapia.

Um excelente tratamento preventivo é o costume de alimentar-se com as partes tenras das plantas herbáceas durante as primeiras semanas da primavera; neste caso realiza-se uma excelente desintoxicação do corpo, purificando também o fígado, sobrecarregado pela dieta de inverno, rica em gorduras. 

A intervenção da fitoalimurgia primaveril é apenas relatada a título de exemplo, na realidade em todas as épocas do ano podem ser encontradas plantas espontâneas capazes de prevenir ou tratar doenças sazonais, ainda que em geral um uso cuidadoso e meticuloso da fitoalimurgia possa ser utilizado como um excelente meio terapêutico.


@elcocineroloko

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