Escultora sulbaiana projeta museu a céu aberto com os Homens de Barro

Selma Calheira e o cacau transformado em arte.

Além de mostrar novos trabalho, que refletem a magia do universo do cacau e seus trabalhadores, Selma divulgou o Projeto Cidade dos Homens de Barro, que acontece anualmente com a queima dos objetos artísticos e que servirá de base um museu a céu aberto em Ibirataia no Sul da Bahia.


Via @cacau&chocolate 

https://www.cacauechocolate.com.br/v1/2024/07/29/selma-calheira-e-o-cacau-transformado-em-arte/?

A força proveniente do barro

O fogo que dá vida ao barro, a arte que encontra caminhos dentro da artista Selma Calheira

Por Monique Sousa 

Revisão por Gabriel Ornelas

No município de Ibirataia, sul da Bahia, localizado na região cacaueira há 344 km de Salvador, é onde encontramos a artista plástica e ceramista de nome nacional e internacional Selma Calheira. 

Suas esculturas de cerâmica são únicas, feitas a mão fascinam nos detalhes minuciosos de transformação do barro. As técnicas dos processos de criação, modelagem e queima se originam de resgates culturais, como as sabedorias indígenas, e evidenciam a valorização da natureza.

Na queima, o fogo naturalmente deixa sua marca e transforma suas esculturas de barro em peças singulares. Das tonalidades do chão de terra batida ao branco, passando pelas escalas de neutros e por cores vibrantes, as matizes percorrem suas coleções e batizam a marca da artista, “Cores da Terra”, que conta com a página dedicada no Instagram @coresdaterra.

O trabalho da artista contribui para promover a identidade da região, investindo no treinamento da mão de obra local, transformando os moradores em artesãos e gerando empregos e perspectivas profissionais. Sua cerâmica tem cerca de 2.800 metros quadrados de área construída, com galpões apropriados para a produção de múltiplos exemplares e toda uma estrutura necessária.

“Têm umas pessoas incríveis nesta região, que com toda a crise da nação de cacau buscaram alternativas para sobreviver”, comenta Selma. 


“Tenho 86 Homens de Barro, eu quero fazer mil, no topo da montanha, com museu, com galeria, com visitantes, com oficinas”, conta Selma, que deseja ter toda uma estrutura mais ampla para receber o público.  

As esculturas na sua visão representam poeticamente o protótipo de um ser de muita força, as obras produzidas por Selma retratam a história fictícia de pessoas simples e corajosas, que enfrentam muitas dificuldades para manter uma sobrevivência com dignidade. 

“Quando eu comecei com essas esculturas pensei no ser, nas cidades da região, não só nós, mas nas pessoas que lutam pela terra, que vivem pela terra. Então eu tentei representar eles dessa forma, que são gigantes, que apesar de todas as dificuldades, todos os problemas, continuam fazendo as nossas histórias. É a cidade dos Homens de Barro”, afirma a artista. 

Selma faz questão de afirmar que respeita os materiais e usa pigmentos naturais criados em seu ateliê.


Blog Avera Unifacs 

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