Chamada à solidariedade: VII Jornada de Agroecologia da Bahia
Em 28 de Janeiro de 2022 um grande acampamento deverá se formar às margens da Baía de Todos os Santos no Quilombo da Conceição em Salinas das Margarias (BA) – território quilombola e pesqueiro.
A VII Jornada de Agroecologia da Bahia será um espaço de mobilização e luta em defesa da Água, Terra e Território. Buscando defender os modos de vida dos povos e fortalecer a resistência e soberania popular, estamos convidando comunidades, movimentos sociais, organizações políticas das esquerdas, povos, territórios e gente em luta para construir este movimento de forma coletiva, cooperativa, colaborativa.
Nos últimos encontros, nós temos transformado nossa palavra de autonomia em realidade e buscando construir quase toda a atividade política financiada através das inscrições de participantes, bem como com recursos oriundos de roças que plantamos com este objetivo. Contudo em função da Pandemia de COVID-19, nossa atividade não poderá ser como nos anos anteriores. Não teremos, por hora, um evento com inscrição, cursos e programação cultural e acadêmica. Os dispositivos jurídicos do Estado e do Município ainda limitam a realização de eventos com esta característica e, por esta razão, nosso próximo encontro será uma grande manifestação popular. Isto, contudo, nos coloca a questão: como realizar uma ação poderosa politicamente, sem a arrecadação individual e sem recorrer ao patrocínios do Estado e do capital?
Construção do telhado na área de reuniões. Jornada de 2019. Foto: Bárbara Lara.
É com esta preocupação que chamamos atenção da centralidade que a colaboração coletiva terá na construção de nossa ação política. Por hora, não haverá inscrições, toda colaboração deverá ser encaminhada via financiamento coletivo a partir da vaquinha abaixo. Nós recepcionaremos caravanas de povos e territórios, militantes individuais ou em coletivos e acadêmicos que estuda a luta por terra. Em breve haverá um credenciamento prévio para participação. Por hora pedimos que nos ajude a divulgar nossa vaquinha e a apoiar com recursos. Você pode acessar o site de nossa vaquinha clicando na imagem abaixo.
Serão seis dias com assembleias, mesas temáticas, formação política, trabalho comunitário e muita troca de experiência com territórios com ampla experiência no debate e luta territorial. Para isto precisaremos levantar toldos, conseguir cadeiras, som, construir banheiros recos, banheiros, cozinhas comunitárias, tenda de saúde, receptivos e toda uma estrutura que nos dê segurança para nossas reflexões. Este ano, por conta da pandemia, ainda teremos que fortalecer a estrutura de saúde, a vigilância com o uso de máscara e busca por assegurar que os visitantes estejam devidamente vacinados para participar desta congregação de luta. Tudo isto envolvem custos e força de trabalho. Então queremos além de convidar nossa gente de luta a apoiar nossa causa via vaquinha, também convocar a militância para que possamos ir ao território para começar o processo de construção das estruturas que vão ser usadas na jornada. Assim, se você trabalha com bioconstrução, eletricidade, enfermagem, medicina e tem condições de nos ajudar antes ou durante, vamos dialogar!
Para quem nunca foi numa Jornada de Agroecologia da Bahia, trata-se da maior atividade de congregação da Teia dos Povos. Ali reúnem quilombolas, povos de terreiros, povos indígenas de povos distintos, sem teto, sem terras, pequenos agricultores, organizações quilombistas, coletivos agroecológicos e gente de luta das distintas matizes políticas para pensar a estratégia de luta para os próximos dois anos. É aí que as mestras e os mestres dos territórios e dos povos, as lideranças com grande histórico de luta contra o latifúndio e as violências raciais, se reúnem para propor, elaborar, construir os novos rumos da luta. Para as pessoas mais novas é um grande espaço de aprendizado, para quem já está algum tempo na luta, é hora de reencontrar as camaradagens e compartilhar o saber.
Em breve começaremos a postar as confirmações de presenças de povos, mestras, mestres, intelectuais e militantes políticos que devem fazer fala e compartilhar o espaço da Jornada conosco. Fiquem de olho nas nossas redes sociais. A programação está sendo construída e aos poucos vamos apresentando.
É hora então de começar a organizar as caravanas para nos encontrarmos onde o Rio Paraguaçu se encontra com a Maré do Atlântico, onde os povos devem se reunir para reafirmar a necessidade da construção de uma Grande Aliança Preta, Indígena e Popular por Água, Terra e Território. Entrem em contato conosco através das nossas redes sociais para nos informar do interesse de vir de outros estados, de congregar conosco em luta. Vamos nos reunir, construir nosso acampamento, nossa cozinha coletiva e avançar nas necessárias reflexões que as esquerdas, os movimentos sociais e os povos precisam construir para sair da crise que nos encontramos e vencer o fascismo.
Diga ao povo que Avance!
Avançaremos!
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