POPULISMO ALIMENTAR NA ERA TRUMP


Então, o que Donald Trump come em um dia? Bem, se os relatos forem verdadeiros , muitos Quarter Pounders, baldes de frango frito KFC e bifes cozidos demais, tudo regado com uma Diet Coke (em um almoço de trabalho na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2018, um garçom foi flagrado despejando Diet Coke em uma taça de vinho para ele ). Então, como ele lidou com jantares de estado, onde a alta gastronomia é o menu do dia? Bem, ele disse uma vez que eles deveriam ser abolidos em favor de "comer um hambúrguer em uma mesa de conferência".


Na festa após a posse de Donald Trump, na segunda (20), o cardápio era repleto de pratos sofisticados: lagosta de Maine e camarões do golfo como entrada, seguido de carne de angus grelhada com chocolate amargo e batatas gratinadas no prato principal, além de sobremesas finas. 

Trump também adora refrigerante e, como era de se esperar, levou sua obsessão alimentar pobre em nutrientes para a Casa Branca. O Salão Oval instalou de volta seu "botão da Coca-Cola Diet", segundo o Wall Street Journal. Durante seu primeiro governo, o republicano foi questionado por um jornalista se o botão vermelho em sua mesa lançaria ogivas nucleares. Ele respondeu que não, mas que todos pensavam isso, antes de apertá-lo e receber sua bebida favorita das mãos de um funcionário que surgiu de repente.

No entanto, se pudesse, o anfitrião ilustre teria trocado todo esse banquete por hambúrgueres, batata frita e milk-shake.

O presidente não esconde seu amor pelos lanches do McDonald´s. Com frequência é visto em compromissos ou até mesmo em redes sociais consumindo comida de alto teor de gordura, açúcar e sódio, e baixa quantidade de nutrientes e fibras, fatores prejudiciais à saúde.

O genro de Trump, Jared Kushner, escreveu em seu livro de memórias de 2022 que uma das refeições favoritas do pai de sua mulher, Ivanka, era "um Big Mac do McDonald's, filé de peixe, batatas fritas e um milk-shake de baunilha". Um pedido semelhante feito por Trump foi mencionado no livro "Let Trump Be Trump" (deixe Trump ser Trump), de 2017, escrito pelos ex-funcionários da campanha do republicano Corey Lewandowski e David Bossie.

No livro de memórias escrito por Michael Wolff — Fire and Fury: Inside the Trump White House — um motivo é citado, pelo menos em parte: aparentemente Trump tem medo de ser envenenado. Seu pedido habitual (dois Big Macs, dois Filet-o-Fish e um grande milk-shake de chocolate) nunca muda, e um Big Mac é um Big Mac , não importa qual dos 200 restaurantes McDonalds você queira escolher em Londres.


Newsletter Lá Fora Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo * Trump frequentemente pula o café da manhã, mas quando decide fazer a refeição, costuma optar por bacon e ovos fritos. No almoço, consome petiscos, como batatas chips. Ele também é conhecido por beber grandes quantidades de coca diet, chegando a 12 latas por dia. No jantar, sua dieta é composta por alimentos processados, como lanches, pizza, frango empanado ou carne grelhada bem passada.


Em 2017, Gareth Davies seguiu a dieta do presidente americano por uma semana, relatando ao jornal britânico The Telegraph como sua saúde piorou. Assim como Trump, ele pulou refeições e consumiu coca diet, Doritos, McDonald's, KFC e pizza.

Ele perdeu 2,6 kg por desidratação, sentiu falta de energia e dificuldades para se exercitar. O jornalista concluiu que a dieta é insustentável, insípida e prejudicial, repleta de alimentos processados e bebidas açucaradas, questionando sua viabilidade a longo prazo.

Até aliados já criticaram publicamente os péssimos hábitos alimentares de Trump, como o advogado Robert Kennedy Jr., indicado pelo republicano para o cargo de secretário de Saúde e Serviços Humanos em seu segundo governo.

"O que ele come é realmente, tipo, ruim", disse o filho do ex-senador Robert F. Kennedy (1925-1968) em entrevista a um podcast no fim do ano passado, relembrando as opções disponíveis no avião de Trump. "A comida de campanha é sempre ruim, mas a que vai para aquele avião é veneno. Você não tem a escolha, ou te dão KFC ou Big Mac. Isso é quando você tem sorte, e o resto das coisas eu considero meio intragável."

A notícia mencionada (hipoteticamente) trata do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e relata a retomada de práticas simbólicas, como a oferta de hambúrgueres, pizzas e refrigerantes na Casa Branca. Esses elementos, embora superficiais, podem ser analisados em um contexto maior de neoliberalismo e individualismo.



Relação entre neoliberalismo e individualismo na alimentação na Era Trump

Consumo como liberdade individual: O neoliberalismo promove a ideia de que consumir é uma forma de expressão individual. O retorno de itens como hambúrgueres e pizzas à Casa Branca pode ser interpretado como uma celebração de escolhas populares, ligadas ao mercado e ao consumo de massa.

Despolitização simbólica: A troca de cardápios elaborados por comidas "comuns" reforça uma retórica populista que dialoga com o individualismo. Trump frequentemente utilizava símbolos como esses para se conectar com uma base que valoriza a autonomia e as escolhas pessoais, muitas vezes desconsiderando os impactos coletivos (como os relacionados à saúde pública).

Privatização da responsabilidade: No neoliberalismo, questões como saúde, alimentação e bem-estar são frequentemente vistas como responsabilidade do indivíduo, não do Estado. Isso reflete na promoção de produtos ultraprocessados como escolhas pessoais, minimizando debates sobre regulação ou políticas públicas

Impactos Sociais

Saúde pública: A cultura do fast-food está associada a problemas de saúde, como obesidade, mas é promovida como parte da liberdade individual, desviando o debate de responsabilidades estruturais.

Desigualdade: O neoliberalismo tende a exacerbar desigualdades, já que a "liberdade de escolha" não considera as condições desiguais de acesso a recursos.

Assim, práticas como as mencionadas na notícia não são apenas triviais, mas refletem valores fundamentais do neoliberalismo e do individualismo, servindo como ferramenta para reforçar narrativas políticas e econômicas.


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 


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