A FOME É O MAIOR SÍMBOLO DA DESIGUALDADE NO BRASIL.

Segunda feira o Brasil acordou com a estarecedora foto da Revista Extra, na qual se vê restos de ossos e carne descartadas por supermercados viram comida para pessoas que estão passando necessidades.

O mais duro desta realidade, é observar a passividade e à inércia com que nós brasileiros encaramos esta triste realidade, essa situação merece muito mais que indignação.

A fome tem sido um retrato do Brasil desde o início da pandemia e estamos nos deparando com cenas que chocam a população e que parecem ter se tornado recorrentes nos últimos meses. A capa do jornal Extra hoje resumiu a situação de muitas pessoas no país, que estão buscando sobras de comida e ossos descartados por supermercados para fazer uma refeição.


Reportagem do jornal Extra destaca a busca desesperada das pessoas por ossos, pelancas e gorduras que sobram dos supermercados da cidade.

A desigualdade social grassa no Brasil desde os tempos do Império, e, em 1850, a Lei de Terras serviu como um agravante para tal situação que, lamentavelmente, ainda deixa resquícios na sociedade atual. Diante dessa situação, diversos quadros sociais são afetados e um deles é a questão da fome. Para reduzir o número de famintos no mundo, foi implantada a Revolução Verde com o dito propósito de se combater a fome, contudo, esse objetivo foi ludibriado em troca de lucro. Portanto, medidas cujo objetivo seja combater a fome e a desigualdade social no século XXI são cabíveis.

Primeiramente, é preciso citar algumas das causas desse tipo de problema no Brasil. Um deles é o fato de haver uma má distribuição de renda e alimentos. Dessa forma, conclui-se que há quantidades suficientes para atender as demandas, todavia, nem todos podem pagar. Ademais, o país desde a colonização estratificou a sociedade, por conseguinte, esse ciclo foi passado de geração em geração, claro que ,com algumas exceções de mobilidade social. Além disso, a aquisição de propriedade privada era bastante cara no Brasil Império, assim, muitas pessoas, principalmente os negros, ficaram sem terras próprias. E esse fato, infelizmente, reflete na atualidade social brasileira, onde muitas pessoas habitam áreas de risco, por não ter condições de pagarem por um imóvel.

Em segundo lugar, é relevante citar as consequências da fome e da desigualdade social no país. Uma delas é o fato de haver uma segregação social e espacial entre os cidadãos. 

À vista disso, existe bairros de ricos e de pobres. Outrossim, a contínua desigualdade reduz possibilidade de haver uma mobilidade social entre as classes, mesmo que haja auxílio do governo como já houve os programas : Minha casa minha vida e o Fome Zero, ambos criados durante o Governo Lula. Ademais, há pessoas que sofrem com a desnutrição e com a violência das ruas por não terem onde morar. E ainda, o país tende a continuar subdesenvolvido e com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) diante destas lastimáveis realidades.

Em suma, depreende-se que a fome a desigualdade social são nocivas e precisam ser coibidas. Para isso é importante que o o governo invista mais verbas na construção de casas para pessoas desabrigadas e que vivem em locais de riscos, assim, estas estarão mais protegidas da violência e de desastres naturais como deslizamento de terra. 

E deve criar novos programas para o combate a fome no Brasil, abrindo restaurantes populares destinados a moradores de rua e a pessoas que comprovadamente não têm condições de pagar por comida.Além disso, é considerável que as verbas também sejam direcionadas para a criação de uma educação pública de qualidade a fim de que os jovens sejam melhores qualificados e tenham melhores empregos e, finalmente, saírem da pobreza.

O jornal acompanhou o momento em que um caminhão estacionou no bairro da Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro, para doar ossos e restos de carne recolhidos em supermercados. De acordo com a matéria, pessoas de várias idades formavam filas para recolher os ossos e os restos de carne.

O motorista do caminhão, José Divino Santos, de 63 anos, comenta o aumento no número de pessoas pedindo os restos de carne e ossos que ele transporta. “Tem dias que chego aqui e tenho vontade de chorar. Um país tão rico não pode estar assim. É muito triste as pessoas passarem por essa situação. 

O meu coração dói. Antes, as pessoas passavam aqui e pediam um pedaço de osso para dar para os cachorros. Hoje, elas imploraram por um pouco de ossada para fazer comida. Duas ou três pessoas em situação de rua passavam aqui e levavam. Hoje, tem dia que tem umas 15 pessoas”, conta.

Os ossos transportados por Divino são destinados a uma fábrica no bairro de Santa Rita, Nova Iguaçu, que produz ração para cães e a gordura é utilizada para produção de sabão em barra.

O desemprego no Brasil chegou a 14,1% no segundo trimestre deste ano. São cerca de 14,4 milhões de brasileiros lidando com a falta de emprego, de comida e de subsídios públicos para manter suas famílias.

A inflação ultrapassou os dois dígitos pela primeira vez desde 2016, chegando a 10,05% no acumulado de 12 meses. Em agosto, um estudo do IBGE apontou que famílias sem acesso pleno à alimentação estimam que o valor mínimo necessário para comer é 85% maior do que o valor que possuem para comprar alimentos.

Com o desemprego e a fome, a insegurança alimentar aumenta, já que com pouco dinheiro as famílias ficam com opções limitadas de escolha dos alimentos, comprometendo a quantidade de comida consumida e a qualidade desses produtos para a saúde.


Fonte:Revista Raça


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