Pesca artesanal: projeto da UFF quer ajudar a preservar produção de mexilhões em Niterói e seu aspecto cultural

A produção local de mexilhões sobrevive em três colônias - Jurujuba, Boa Viagem e Centro - com práticas transmitidas de uma geração para outra. A partir de agosto, os marisqueiros passarão por treinamento para melhorar a qualidade do pescado e preservar suas tradições. O projeto Futuro Próspero da Produção de Mexilhões em Niterói: da Tradição ao Dinamismo vai encontrar pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF) para atuar no desenvolvimento econômico e social da maricultura. O objetivo é dar maior valor de mercado aos mexilhões pescados em Niterói e fazer com que a atividade contribua para o turismo e a gastronomia na cidade.

Doutora em Ciências Biológicas e professora da UFF, Eliana Mesquita coordena a proposta, que faz parte do Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados da prefeitura e tem parceria com a Fundação Euclides da Cunha. Ela diz que o trabalho junto aos marisqueiros vai durar 36 meses e será uma troca de conhecimento entre os pescadores e os pesquisadores.

- Vai ser um trabalho para a qualidade do pescado, que muitas vezes está sujeito a contaminação por petróleo e outros afluentes. Eles apresentam as melhores condições para fazer a análise dos animais que vendem e praticam uma maricultura mais racional, concentrando a atividade em áreas mais limpas, não contaminadas, e seguindo as exigências da Vigilância Sanitária. É importante mostrarmos que isso vai fazer com que o produto deles tenha um valor muito maior de mercado - explica Eliana.

Tradição

A pesquisadora também observa que, diante das mudanças ocorridas no segmento de pesca nos últimos anos, seja pela tecnologia de captura dos animais ou pela legislação voltada para a atividade, a sociedade não deve deixar de lado o know-how que passa de pai para filho , como uma forma de preservação do conhecimento e da cultura local. Para ela, uma preservação dessas comunidades tradicionais tem grande potencial para fomentar o turismo.

- Um dos grandes desafios nossos é não deixar que o maricultor desista dessa atividade. As despesas futuras necessárias ver o valor que a maricultura tem. Muitos têm preferido trabalhar como frentistas em postos de gasolina e deixam de ser pescadores artesanais. Quanto mais estudo e conhecimento sobre a atividade eles aeroporto, mais vão valorizá-la. Para isso, precisamos melhorar as condições para o pescador artesanal. Ele precisa saber que não está sozinho, que existe uma preocupação social com ele - ressalta.

Fonte: O Globo

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