Cultivo consorciado de hortaliças é alternativa

Os produtores de hortaliças de Minas Gerais estão sendo incentivados a diversificar a produção através do cultivo consorciado. Ao investir no plantio de culturas diferentes, os agricultores conseguem variar a produção, aproveitar melhor os recursos e produtos aplicados e ter uma renda diferenciada ao longo de todo o ano.

O estímulo vem ocorrendo por meio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que, em parceria com outras instituições, desenvolve um projeto de fomento, pesquisa e acompanhamento dos consórcios. 

De acordo com a pesquisadora da Epamig Marinalva Woods Pedrosa, os trabalhos com o cultivo consorciado são desenvolvidos há muitos anos pela entidade. A princípio, a iniciativa envolvia apenas a diversificação entre as hortaliças convencionais.

Com os resultados positivos, nas pesquisas e no campo, o consórcio começou a ficar mais diversificado, com a introdução das plantas medicinais. Já em 2010, os trabalhos foram novamente ampliados e foram introduzidas as Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc).

“A diversificação ganhou mais força com a introdução de plantas medicinais. Existe um programa do governo estadual no qual há uma lista de espécies medicinais para serem usadas pelo SUS. Aproveitamos a prática e a experiência já desenvolvida com as hortaliças convencionais para acrescentar as medicinais. 

Foi uma forma de estimular a ampliação da produção com o cultivo de variedades novas e diversificar o mercado e as vendas dos produtores rurais”, contou a a pesquisadora.

Resgate das Panc

Ainda segundo Marinalva, por volta de 2010, foram iniciados trabalhos para o resgate das hortaliças não convencionais, que sempre fizeram parte da culinária mineira, mas não eram cultivadas com frequência. “Trabalhamos no campo da Epamig de Santa Rita desde 2010 com projeto aprovado e realizado em parceria com a Emater-MG, Embrapa, UFV e os produtores”.

Com o uso de hortaliças, plantas medicinais e não convencionais, o produtor também reduz o risco da atividade, que é muito suscetível ao clima. 

Combinações adequadas

Um dos principais pontos para que o cultivo consorciado gere resultados positivos é avaliar as plantas que serão introduzidas e fazer combinações adequadas. Além disso, é importante avaliar o sistema produtivo das propriedades e as condições e conforto do agricultor. 

“É importante que o produtor saiba quais as espécies combinam entre elas, algumas podem inibir o crescimento de outras, algumas gostam de mais água outras não. Também é importante avaliar o espaçamento correto e as que são mais apropriadas para o plantio conforme o mercado de atuação do produtor. Muitas vezes, o produtor já tem este conhecimento, mas a Epamig e a Emater também auxiliam”, completou.

A técnica é positiva para a consorciação entre hortaliças folhosas (alface, couve, mostarda) e hortaliças raízes (cenoura, beterraba, rabanete). Os consórcios também são possíveis entre plantas condimentares e aromáticas (salsa, coentro, hortelã, manjericão) e hortaliças Panc (azedinha, peixinho, taioba) ou flores comestíveis (capuchinha, calêndula e outras).













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