Baianas de acarajé ganham reconhecimento em museu

Por Cesar Romero

Baiana de acarajé é como são chamadas as mulheres que se dedicam ao ofício tradicional de fazer e vender acarajé e outras iguarias das culinárias africana e afro-baiana.

Mulheres em sua maioria negras e com forte identidade nas religiões de matriz africana. Uma das principais figuras típicas do Brasil chega a ter uma caracterização recorrente nos desfiles das escolas de samba no país. Décadas atrás, era traje típico obrigatório das candidatas a “miss” nos concursos de beleza, nacionais e internacionais. Em 2012, as baianas foram reconhecidas como Patrimônio Imaterial da Bahia e tiveram seu ofício incluso no livro Registro Especial dos Saberes e Modos de Fazer, do IPAC.

Cantadas por grandes intérpretes, from Carmem Miranda, Maria Bethania, Clara Nunes, e Dorival Caymmi que criou uma música especialmente em homenagem a elas. Outro grande compositor brasileiro, Ari Barroso, num dos seus maiores sucessos faz referência à quituteira da Bahia, no samba de 1936, No Tabuleiro da Baiana.

Atualmente como baianas de acarajé podem facilmente ser encontradas através do Mapa das Baianas que está no sítio eletrônico www.oyadigital.com.br , como resultado de uma parceria entre a Associação das Baianas e Acarajé, O IPHAN e o Instituo Palmares, que trouxe mais visibilidade às estas importantes mulheres.

Agora o Projeto Histórias e Memórias e Acervos do Memorial das Baianas de Acarajé entregou na semana passada na sede Associação das Baianas de Acarajé, no Pelourinho do primeiro Museu Digital das Baianas, importante feito, quando contém registros documentais e iconográficos sobre o ofício das baianas, seu legado ancestral e histórico, trajetória das baianas, catalogação dos acervos pertencentes à associação Nacional das Baianas de Acarajé; além de fotos de tudo que foi realizado pelo projeto de múltiplas linguagens culturais, com o objetivo à reflexão sobre a preservação do ofício destes profissionais, seus saberes e fazeres como Patrimônio cultural e Imaterial e a importância da disseminação do seu legado histórico para as gerações atuais e como futuras.

O grupo Cultural Ska Reggae em parceria com a ABAM, os organizadores do evento, promoveram uma solenidade importante, quando instalaram a obra do artesão Zaca Oliveira - A Super Baiana de Acarajé em frente ao Memorial das Baianas, na Praça da Cruz Caída, no Pelourinho . Por fim, destaca-se também, uma produção de um documentário historiográfico intitulado “Do Dendê ao Acarajé”. A narrativa de curta-metragem se debruçou sobre a cadeia produtiva do azeite de dendê e sua relação direta com a produção do acarajé.

Fonte Correio da Bahia

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