QUINDIM SETE PECADOS, O DOCE PREFERIDO DO POETA MÁRIO QUINTANA


“Porque o reino do poeta... bem, não me venha dizer que não é deste mundo. 

Este e o outro mundo, o poeta não os delimita: unifica-os. O reino do poeta é uma espécie de Reino Unido do Céu e da Terra.” Mario Quintana

De acordo com o escritor Fabiano Dalla Bona, autor do livro "O Céu na Boca", da editora Tinta Negra, o poeta Mario Quintana (1906-1994) era um grande admirador de Quindim. 

O doce típico de origem portuguesa, ritualmente consumido com um café sem açúcar na lanchonete do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, era um dos pontos fracos do autor, como afirmavam os funcionários da lanchonete, que o apelidaram carinhosamente de "Mario Quindim". 

O quindim é um doce português como, aliás, é a maioria dos doces à base de ovos. Seu nome, entretanto, é de origem africana e significa dengo ou encanto. Segundo Maria de Lourdes Modesto, estudiosa da comida portuguesa, os doces lusitanos quando chegaram ao Brasil incorporaram algumas das frutas locais, e o coco foi, talvez, a mais significativa delas. O quindim com coco, de fato, é chamado em Portugal de quindim brasileiro, substituindo a amêndoa no seu preparo. 

Das Origens 

BRISA -DO- LIS

Em nossa terra, batizado de Quindim, tem sua vinda pra cá, por volta do final do século XVl, quando começam a ser importados de Portugal.

Os Quindins de Iaiá

Quando chegou ao Brasil como um doce português chamado brisa-do-Lis, sua receita era composta basicamente de ovos, açúcar e amêndoas.

(Receita Tradicional)

Como este último era difícil de ser encontrado em terras brasileiras, e assim, a miscigenação das raças influenciou também a nossa gastronomia. Foi o caso do coco, que acabou se tornando mais um brasileirinho, o coco ralado entrou em seu lugar e deu origem ao doce em lugar das amendoas.

Quindim é um termo banto (grupo linguístico composto por vários idiomas de tribos africanas distintas presentes na região do antigo Congo), que significa dengo, encanto – sendo, assim, um tratamento carinhoso. Nas terras tupiniquins o quindim manteve o mesmo significado da sua origem africana.

As brisas do Lis são bolos tradicionais de Leiria, onde sua origem está presente ali a muito tempo. Sabemos bem o porque, por exemplo, dos doces portugueses utilizarem muitas gemas (Os portugueses antigos utilizavam muito as claras de ovos para engomar os hábitos das freiras e as gemas que sobravam eram usadas em experimentações culinárias, tanto as doces quanto as salgadas).

O que se conta em Leiria é que as brisas do Lis foram inventadas pelas freiras do antigo convento de Santana, já demolido. A receita foi passada a uma senhora muito devota e assídua nas cerimônias realizadas no convento de Santana, que era proprietária do café Colonial. Este café ainda hoje existe, sendo o mais antigo e conhecido da cidade de Leiria. O segredo da confecção das brisas do Lis foi-se espalhando até aos dias de hoje por muitas pastelarias da cidade e, atualmente, são doces muito procurados tanto pelos leirienses como pelos turistas que visitam a cidade. 

A receita básica dos quindins não é diferente da conhecida mistura de gema, açúcar, manteiga e coco.

A receita de quindim tradicional, com rendimento de 125 quindins de 4 centímetros – ideal para a próxima festinha de aniversário:


Quindins 

Rendimento de 125 quindins de 4 centímetros

1. Derreter 120g de manteiga em banho-maria.

2. Misturar 1 kg de açúcar e 650 gramas de coco ralado fresco com as mãos. Continuar até a massa ficar homogênea. 

3. Adicionar a manteiga derretida.

4. Deixar a mistura descansar por 12 horas na geladeira, coberta com um plástico. Com o resfriamento, a manteiga endurece novamente. É preciso soltar a massa outra vez com as mãos.

5. Adicionar 36 gemas de ovos ou 640 g de gema pasteurizada. Misturar (sim, agora pode usar uma colher ou espátula) até formar uma massa homogênea. colocar todas as gemas juntas em uma peneira, furar todas e deixar escorrer, sem mexer nem passar a colher na peneira. “Tira todos os resíduos e não fica cheiro de ovo”, ensina. Bater os ovos, nem pensar! “Assim você mistura toda a pele.”

6. Agora vem o truque: adicionar uma colher de chá de essência de baunilha à mistura. “É só um toque pessoal, não precisa colocar se não quiser.”

7. Untar 125 forminhas de 4 centímetros com glucose, espalhando-a com os dedos. É possível substituir o ingrediente passando manteiga e polvilhando a forma com açúcar.

8. Preencher as forminhas com a massa e colocar todas em uma assadeira maior e adicionar água, para que o doce seja assado no forno em banho-maria. Leva de 40 a 50 minutos.

9. Desenformar os quindins e colocar nas forminhas de papel. Não há modelos de 4 centímetros à venda. amassa as forminhas de tamanho tradicional com os dedos para ficarem com o diâmetro maior.

http:

http://sossegodaflora.blogspot.com/2016/05/brisa-do-lis.html?m=1


#elcocineroloko

Comentários

Postagens mais visitadas