OS SATARÉ-MAWÉ, O POVO GUARANÁ

Em particular, são eles os inventores do processo de extração do fruto do guaraná da trepadeira selvagem. São parentes do tronco Tupí e da família Tupí-Guarani. 

Eles vivem no meio do rio Amazonas, entre os estados do Pará e Amazonas, no Brasil. Na sociedade, para facilitar a integração social, os homens Mawé são bilíngues, embora as mulheres só falem em Sateré-Mawé, de forma a preservar a língua. Um dos seus costumes mais interessantes é a iniciação da puberdade entre os seus jovens, através das picadas de formigas-bala como prova da sua coragem e masculinidade.

Sateré-Mawé de Sateré (“lagarta de fogo”) refere-se ao clã mais importante que determina a linha de sucessão dos líderes políticos; mawé (“papagaio inteligente e curioso”) não identifica nenhum clã;

Missionários e naturalistas chamaram-lhese coisas diferentes ao longo de sua história: mavoz, malrié, mangnés, mangnês, jaquezes, magnazes, mahués, magnés, mauris, mawés, maragná, mahué, magneses, orapium.

Idioma: Sateré-Mawé do tronco linguístico Tupí.

Habitat: Região do médio curso do Rio Amazonas. 

Atualmente são encontrados nos estados brasileiros do Amazonas e Pará, municípios de Maués, Barreirihna, Parintins (Amazonas) e Itaiutuba (Pará); Terras Indígenas Andira-Marau e Coatá-Laranjal.

Área Cultural: Amazonas: Médio e Baixo.

Artesanato

As mulheres coletam sementes que caem de árvores nativas: açaí, jarina (tagua ou vegetal marfim), tento, caramuri, tucumã e muru-muru, para fazer colares, brincos, pulseiras, enfeites para cabelos e pés.

Os homens, excelentes cesteiros, com caules e folhas de caranã, arumã e outros, fazem os “teçumes”: coadores, cestos, leques, bolsas, chapéus, etc.

Puratín ("Remo Mágico")

Puratín ("pu'ra": pá de madeira, "lata": pintada). Símbolo e memória dos Sateré-Mawé. Peça de madeira com 140 cm de comprimento e 12 cm de largura na parte mais larga, em forma de porrete ou remo de guerra, com entalhes em baixo relevo revestidos a tinta branca. Foi usado como arma contra entidades malignas e posteriormente recebido como emblema da tribo.

Diamantes e círculos em ambos os lados contam histórias do início do mundo, lendas, guerras e acontecimentos políticos, sociais e religiosos da tribo. Só é lido pelos tuxauas (chefes de aldeia) em ocasiões especiais.

Possui propriedades mágicas: prevê acontecimentos e pode caminhar sozinho para resolver conflitos em lugares distantes. Para os Sateré Mawé é a Lei gravada na madeira, sua instituição máxima, reunindo as esferas política, jurídica e mágico-religiosa.

Assim testemunharam alguns Tuxauas 1: “Tudo o que está escrito no Puratín é a nossa Bíblia. Lá ela conta o caminho por onde saímos e de onde veio a morte. Daquele lugar viemos todos, até os brancos”.

“No Puratín se explica quando se formou o mundo, o guaraná, a mandioca. É o primeiro livro dos nossos antepassados, e do nosso alfabeto.”


Fontes:

1 Os povos indígenas em seus mitos 3. Enrique Uggé. Abya Yala, 1993.

#aniversários #Sociedade

Enrique Hopman em Efemérides Sociais, Políticas, Históricas e Culturais.


Fonte ISA

Crônicas da Terra Sem Mal 

Comentários

Postagens mais visitadas