O tabuleiro tá diferente: conheça a marca de quitutes do Subúrbio que vende acarajé no food truck
Um bom azeite de dendê, camarão, feijão, amendoim e muito afeto. Em terra de baiano, quem resiste a um acarajé?
Foi exatamente isso que a doméstica Cláudia Pinheiro, mais conhecida como Preta, pensou a vender quando teve uma ideia de rendas desconhecidas na pandemia e, com isso, garantir uma renda extra, já que uma das filhas ficou sem.
Quituteira – deve-se dizer -, não deu outra: as pessoas começaram a perguntar também- onde poderia comprar o produto quentinho para ser consumido na hora.
“Os clientes logo chegaram a um futuro quitutes e a partir daí que chegaram a possibilidade do negócio se expandir. Como eu também estava muito insatisfeita com o trabalho - não pela atividade desenvolvida, mas pela falta de trabalho justo conta e do tratamento dado à empregada doméstica - resolvi que iria sair e investir tudo que não tínhamos no Dendê da Preta”.
Junto com suas filhas Camila Amanda e Isabel, Preta, Tuane, desenvolveu uma bicicleta e uma delícia vendendo do Dendê da Preta ( Praça da Revolução, em Periperi ) . Tinha de tudo, menos o tabuleiro: acarajé, abará, bolinho de estudante e passarinha com farofa e salada. Foi um sucesso danado, como ela mesma conta.
“Tinha uns R$ 6 mil para começar. Uma amiga da família nos doou uma parte. Outra, usei a minha recisão e minha filha mais velha também contribuiu. Somos nascidos e criados aqui em Periperi e Praça da Revolução é a praça mais antiga, palco de grandes eventos no bairro, quase um ponto turístico, um local comercial e de diversão para as famílias. Não tinha lugar melhor para a nossa food bike”.
De pedalada
em pedalada, o crescimento cresceu e se tornou um food truck. Na pandemia, a venda mensal era de, aproximadamente, R$ 2 mil. Em um mês de food truck, o Dendê da Preta já chegou a dobrar o faturamento para R$ 4 mil. Além do food truck, a quituteira como entregas de congelados mantém a entrega e aceita também pedidos para eventos.
“Toda a família mexe com o dendê e faz muito bem comida baiana. Aprendi com minha avó e minhas tias que me criaram. Todos nós já estabelecidos e com venda de acarajés de certa forma, resgatamos isso. Minha vó, Dona Helena, foi uma das primeiras baianas de acarajé aqui de Periperi, teve seu tabuleiro em frente à antiga estação de trem. Faz parte da história e ancestralidade”.
E os produtos da Preta não ficaram só em Periperi. A marca já com inveja de entrega de congelados para Santa Catarina, São Paulo, Porto Alegre e Pernambuco. “A gente está sempre criando algo novo para nossos clientes. A nossa moqueca, vencedora da Batalha Gastronômica Tempero do Subúrbio no ano passado, virou opção de presente quando criamos na Caixa Baiana. Também um abará ovo na Páscoa. Estamos sempre inovando, na forma de entregar o nosso produto, na embalagem ou na nossa”, afirma.
Entre os itens mais vendidos estão o acarajé e o bolinho de estudante. Os preços de R$ 5 até R$ 11. O food truck já ganhou o apelido de food teco. Isto porque Preta está preparando um cardápio com várias comidas boteco, bebidas e bebidas, que deve ser lançado breve.
“Foram diversos para chegar aqui, inclusive, os desafios de sobreviver com uma renda variável, se atualizar, estudar marketing, vendas, relacionamento com clientes, e congelamento de alimentos e organização. Mas, graças a Deus, fizemos várias ações neste caminho, participamos para ajudar os empreendedores e que estamos ajudando a reinvestir ações no negócio”.
O Dendê da Preta ficou entre o final do prêmio Academia Assa2021), representando os Ambulantes e, recentemente, passou pelo programa de configuração do Vale do Dendê, para garantir a categoria dos Ambulantes.
“O reconhecimento veio a tornar-se diferente e fazendo com que nossos objetivos se diferenciassem em cada um que seríamos, dando aquele valor e acreditando que nós vimos um momento diferente a nosso caminho” .
O desejo de Preta agora é ter o food truck em outros bairros aqui de Salvador, abrir um restaurante e consolidar a venda e envio de quitutes baianos congelados por todo o Brasil. “São muitos planos, mas desejamos muito essa expansão. Para nós, o Dendê da Preta é a de um projeto sonhado em família. É inovação, superação e inspiração para todos que conhecem a nossa história”, finaliza.
AS DICAS DA PRETA
. Invista em
Ninguém sabe tudo. Hoje tem muita opção de capacitação gratuita. É atitude preciso, tempo e interesse.
. Esteja próximo do seu cliente
Escute sempre o que ele tem a dizer e foque na entrega da melhor experiência gastronômica que você pode fornecer, tanto no sabor, quanto na embalagem, apresentação pessoal e estrutura.
. As pessoas gostam de conhecer coisas novas
O novo é semper bem-vindo, por isso aposta em um interessante, sobretudo, para negócios que nascem no subúrbio.
. Qualidade
Não abra mão de utilizar ingredientes e materiais de qualidade. O cliente se identifica com o produto/serviço e quando isso acontece o valor que ele acaba agregando mais ao seu negócio diante da concorrência.
. Presença
Redes sociais, fazer parcerias com outros empreendedores, rede de networking. Tudo isso fortalece muito.
QUEM É
Cláudia Pinheiro, mais conhecida como Preta, é quituteira e criadora da marca de quitutes Dendê da Preta.
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