Experiência portuguesa apresentada no Brasil para impulsionar turismo gastronômico
Teve início na segunda-feira, de forma virtual, a oficina “Desafios e Oportunidades para o Turismo Gastronômico no Brasil”. Promovida pelo Ministério do Turismo e pelo Instituto Federal de Brasília (IFB), o encontro é uma das etapas de um projeto de fortalecimento do segmento que está em desenvolvimento pelos dois órgãos.
O Chef e professor português Nuno Nobre trouxe uma reflexão sobre a importância da Gastronomia como âncora da base do desenvolvimento e da economia no turismo. Já o chef brasileiro e mestre em Hospitalidade, que é idealizador do Brasil Food Safaris, Paulo Machado, destacou a iniciativa que oferta experiências de viagens únicas a lugares incríveis conectando pessoas através da gastronomia.
Entre os projetos idealizados ou que contaram com a curadoria de Nuno Nobre estão Go Foodies, Festival Internacional Ouriço-do-Mar e À Mesa com as Aldeias do Xisto. Ele também é diretor da Pós-Graduação em Turismo Gastronômico e da Pós-Graduação em Cozinha Avançada da Universidade Lusófona de Lisboa.
Na parte da tarde, os participantes debateram sobre a descrição pessoal de como é o turismo gastronômico no Brasil. Outro item levantado foram entraves para o desenvolvimento do segmento, entre eles, a falta de mão de obra qualificada e de políticas públicas de priorização do tema. A atuação do governo federal e o papel das instituições também fizeram parte do debate entre os especialistas que discutiram o assunto.
Ao longo da semana, a oficina conta com a participação de representantes da sociedade civil, setor público e privado, especialistas regionais e nacionais, chefs de cozinha, curadores de eventos e festivais gastronômicos, organismos multilaterais e de cooperação, personalidades da gastronomia, dentre outros.
Potencial
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destaca o potencial do Brasil no turismo gastronômico e os esforços para transformá-lo em realidade. “Temos o compromisso de direcionar estratégias para o desenvolvimento e promoção do turismo gastronômico e, ao mesmo tempo, destacar as identidades regionais e promover o desenvolvimento econômico e o patrimônio local dos nossos destinos”, afirma Machado Neto.
“Esta é uma primeira etapa do projeto, cujo objetivo é analisar o panorama atual do turismo gastronômico no Brasil, identificar prioridades e definir diretrizes para o Plano de Ação e o Programa Nacional de Turismo Gastronômico, ao reunir gestores e especialistas em turismo e gastronomia de todas as macrorregiões do país com atenção especial às particularidades de cada uma delas. Queremos com isso, subsidiar tecnicamente o avanço desse segmento a partir de pesquisas, dados e diagnósticos dos produtos gastronômicos ofertados pelo Brasil em cada uma de suas 5 macrorregiões”, disse o secretário Nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, William França.
“Estamos dando início a um projeto ambicioso, porém factível de tornar o Brasil um destino de referência no turismo gastronômico gerando oportunidades e sustentabilidade ao longo da cadeia produtiva da gastronomia e do turismo”, declarou a coordenadora do projeto e professora do IFB, Ana Paula Caetano Jaques.
A diretora do Departamento de Inteligência Mercadológica e Competitiva do Ministério do Turismo, Nicole Facuri,declarou que, no Brasil, a gastronomia movimenta cerca de R$ 250 bilhões por ano, segundo cálculos da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.
O segmento também é um dos itens mais bem avaliados por estrangeiros em visita ao Brasil: 8 em cada 10 turistas internacionais aprovaram a gastronomia brasileira em 2019, segundo estudo realizado pelo Ministério do Turismo com visitantes internacionais (Demanda Turística Internacional).
TURISMO GASTRONÔMICO – A realização da oficina é fruto de um acordo celebrado em 2020 pelo Ministério do Turismo e IFB para o desenvolvimento do projeto “Prospectivas para o Turismo Gastronômico no Brasil”, no âmbito do Programa Nacional de Turismo Gastronômico. Portanto, é uma das primeiras etapas do projeto, cujo objetivo é fomentar a pesquisa em turismo gastronômico para produção de conhecimento, identificação de tendências e sistematização de informações.
No Brasil, quatro cidades já ostentam o título de cidades criativas no segmento gastronomia: Belo Horizonte, Florianópolis, Belém e Paraty. A rede mundial de cidades criativas da Unesco foi criada em 2004 com o objetivo de promover a cooperação, inclusive internacional, entre as cidades que têm a criatividade como estratégia para alcance dos objetivos sustentáveis da ONU. São sete categorias: artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e música.
Fonte: Mundo Lusíada
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