Brasileiros introduzem nossa Tapioca na cultura Australiana

Crepes de tapioca fazem parte da história da alimentação do Brasil há séculos, mas só agora estão chegando à Austrália.

Renata Santoniero e Bruno Homero da Taoca têm a missão de levar um pouco de sua cultura aos lares australianos.

Percorra qualquer feira livre do Brasil e não demorará muito para encontrar um vendedor de crepes de tapioca. Este tradicional lanche sul-americano é um cruzamento entre uma tortilha, uma omelete e uma panqueca. Há muito tempo é um ingrediente básico na dieta indígena brasileira e ao longo da última década viu um aumento dramático em popularidade.

Os crepes de tapioca são preparados com farinha de tapioca, que é feita de amido extraído da raiz de uma planta de mandioca. Este arbusto nativo cresce abundantemente na América do Sul, ao contrário do trigo, que é difícil de crescer devido às condições de seca e solo infértil.

Para fazer um crepe, o amido de tapioca é umedecido com água e depois passado por uma peneira fina sobre uma panela quente, onde rapidamente se funde para formar um crepe. O crepe pode então ser embalado com uma variedade de recheios doces ou salgados, tradicionalmente ovo, carne e queijo.

Há duas décadas, os crepes de tapioca só estavam disponíveis no norte e no nordeste do Brasil, onde se originaram.

Renata Santoniero cresceu na cidade de São Paulo e só foi apresentada a esse lanche de rua mais tarde. Ela se lembra facilmente do momento inovador quando experimentou seu primeiro crepe de tapioca.

“Viajei para o Nordeste do Brasil com a minha família e este hotel tão tradicional tinha uma mulher da região preparando-o para o pessoal do hotel”, lembra Renata. "Depois disso, consegui encontrá-lo em cada esquina e fiquei obcecado. No entanto, não consegui encontrá-lo facilmente em São Paulo na época. Demorou anos para que se tornasse popular por lá."

Renata acredita que a crescente popularidade dos crepes de tapioca no Brasil se deve às tendências crescentes no mercado de alimentos saudáveis. A farinha de tapioca não tem glúten, é facilmente digerível e é um bom substituto do pão, por isso é ideal para pessoas preocupadas com a saúde. Os crepes também se tornaram virais no Instagram, com pessoas compartilhando ideias de receitas inovadoras e fornecendo tutoriais que demonstram como são fáceis de fazer.

Crepes de tapioca agora podem ser encontrados nas esquinas de todos os estados do Brasil. Muitas pessoas também fazem as suas comprando fécula de tapioca no supermercado e preparando em casa. Apesar disso, a maioria dos australianos não conhece este símbolo da culinária brasileira.

Renata Santoniero e Bruno Homero têm a missão de levar um pouco de sua cultura aos lares australianos. Quando Renata se mudou de São Paulo para Sydney, há nove anos, ela ficou chocada ao descobrir que não havia ninguém vendendo crepes de tapioca. Mesmo que quisesse fazer ela mesma, precisava comprar farinha de tapioca importada do Brasil, que não estava mais fresca quando chegou.

Depois que Renata identificou essa lacuna no mercado, ela e o parceiro Bruno começaram a experimentar seu próprio mix de crepe de tapioca.

“Achamos que existe um produto incrível no Brasil que as pessoas não conhecem aqui. É muito versátil, não tem glúten, é vegano, é acessível e ninguém faz isso”, explica Renata.

“Achamos que existe um produto incrível no Brasil que as pessoas não conhecem aqui. É muito versátil, não tem glúten, é vegano, é acessível”.

No final de 2019, nasceu Taoca . A dupla hidrata sua própria mistura de crepe de tapioca, que vende online e em mercados de Sydney, junto com uma variedade de crepes feitos na hora.

A dupla acredita que esses crepes foram quase feitos para o estilo de vida australiano preocupado com a saúde. Eles não estão apenas usando sua barraca para apresentar a mais pessoas este querido lanche brasileiro, mas estão determinados a mudar a percepção sobre a dieta brasileira.

“Cada vez que as pessoas falam em comida brasileira, pensam na indústria da carne”, diz Renata. "É uma grande oportunidade para mostrarmos a eles um pouco mais do que é a comida brasileira, além da carne."

A dupla quer mostrar como os crepes de tapioca podem ser criativos e divertidos, ao mesmo tempo que são leves e saudáveis. Seus crepes coloridos vêm em uma variedade de sabores, que são 100% veganos. Para conseguir as cores naturais dos crepes, eles hidratam a farinha de tapioca não só com água, mas também com páprica defumada, suco de beterraba e suco de espinafre. Os recheios incluem o mais vendido crepe de jaca de churrasco com salada de repolho brasileiro e castanha de caju torrada, junto com uma tradicional combinação de pasta de goiaba, queijo e coco.

Renata e Bruno adoram a versatilidade dos crepes de tapioca. “Pode ser o café da manhã, pode ser o almoço se você servir com salada, pode ser o jantar”, explica Renata.

"Pode até ser um lanche da tarde se você torná-lo um pouco menor com banana e manteiga de amendoim dentro."

A resposta dos australianos até agora tem sido incrível. Renata atribui isso à natureza acolhedora e curiosa da cultura australiana para tentar coisas novas.

“É uma grande jornada para nós podermos agora compartilhar um pouco mais da cultura brasileira aqui e também apresentar algumas opções mais veganas para os não-veganos”, Renata reflete.

Os maiores desafios que  Taoca  enfrenta são fazer com que pessoas que nunca viram crepes de tapioca experimentem e encorajá-las a fazerem elas mesmas. No entanto, o futuro parece brilhante, e a dupla sonha que, um dia, crepes de tapioca se tornem um item básico da despensa das famílias australianas.









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