A mesa junina no Nordeste, origens, contribuições e significados.

As celebrações Juninas são uma comemoração eminentemente católica, que fazem  referência aos santos nas festas juninas: Santo Antônio, São João e São Pedro. 
"Quando [a festa] chega aqui ao Brasil há um processo de estilização, ou melhor customização coletiva. As celebrações comemoram o valor da cultura rural, das nossas raízes alimentares dedicadas a colheita".



As celebrações Juninas são uma comemoração eminentemente católica, que fazem  referência ao santos nas festas juninas: Santo Antônio, São João e São Pedro. 

À mesa farta de elementos informa sobre a importância da nossa alimentação, da comensalidade de nossa gente, da pujança da nossa agricultura familiar.

Nestes dias, à mesa se vestem de gala, com receituários tradicionais, aflorando uma estética ingênua e afetiva, que nos remete a uma atmosfera lúdica de jogos coletivos, que mostram a riqueza e diversidade da nossa cultura, sem o campo, a agricultura tradicional, nada disso seria possível.

É uma festa caipira, que foi acrescidas, da Quadrilha de origem francesa, o culto aos Santos católicos, sem esquecer do aporte das culturas de matriz africana na Feijoada de Ogum e no Samba Junino (patrimônio cultural).

E por falar em música, o forró, o xote e o xaxado, além  do baião que tem origem do Nordeste, e nas manifestações populares, são indicativos da alegria de nossa gente, que mesmo diante das adversidades, encontra na beleza, um forma de inspiração e motivo de celebração da vida.

Ressalto a importância de alguns desses elementos como o Milho branco e amarelo, na Canjica e no Mugunzá, nas Pamonhas, do Aipim, da tapioca nos tradicionais bolos, a Puba, ou Carimã nos deliciosos bolos de Folha, legado dos povos indígenas, também do Amendoim, cozido e torrado na Fufuca, bem como a presença as frutas locais, a Laranja, do Coco tão presente nas preparações, o Jenipapo que está nos doces e licores.

Mas nada disso tem importância se não falarmos da soberania alimentar, e a fome que atingem em cheio os produtores rurais, se não alertamos sobre o uso massivo de pesticidas, o apoio incondicional desse desgoverno ao agronegócio e a transgenia, da falta de incentivo à agricultura familiar, que são responsáveis por 70% dos alimentos que fazem parte da nossa mesa junina, se não denunciamos a falta de apoio técnico aos pequenos produtores.

Tudo isso faz parte viva da nossa cultura, de nossa ancestralidade, de nossa história coletiva, que merece ser preservada.

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