ESTUDANTE CRIA BANDEJAS BIODEGRADÁVEIS COM CASCA DE MANDIOCA E ARAUCÁRIA
A receita, criada ainda no oitavo ano durante as aulas de Iniciação Científica, combina casca de mandioca e galhos de araucária — conhecidos como grimpas — triturados e cozidos com água, resultando em um material biodegradável capaz de se decompor em cerca de 30 dias.
Em regiões nordestinas, onde a macaxeira — também conhecida como mandioca — ocupa papel central na alimentação, suas cascas acabam gerando grandes volumes de resíduos. Tradicionalmente descartadas, essas cascas representam um subproduto abundante e de grande potencial, especialmente em comunidades rurais onde a mandioca é cultivada em larga escala. Foi a partir dessa percepção que o estudante Lucas Tadao Sugahara Wernick, do Colégio Bom Jesus Centro, em Curitiba (PR), decidiu transformar o que seria lixo em solução sustentável.
Aproveitando as cascas de macaxeira e galhos de araucária triturados, ele desenvolveu bandejas biodegradáveis que podem substituir o isopor e o plástico, reforçando a importância de valorizar resíduos agrícolas e fomentar a economia circular.
Inicialmente, Lucas utilizou cola PVA como aglutinante, mas aprimorou a fórmula ao substituir por fécula de mandioca, tornando a bandeja ainda mais natural e ambientalmente segura. Desde o início do projeto, o jovem inventor já produziu mais de 30 bandejas e agora planeja expandir a aplicação do material para placas de revestimento utilizadas em arquitetura e design.
O impacto ambiental da inovação é significativo: enquanto embalagens convencionais podem levar até 700 anos para desaparecer na natureza, as bandejas criadas por Lucas se decompõem em menos de três meses, mesmo em ambiente natural. Testes realizados em estufa e no solo comprovaram a eficácia do produto, que alia resistência, baixo custo e sustentabilidade.
A iniciativa chamou atenção de diversas instituições, rendendo ao estudante apoio do Instituto Araucária, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e até mesmo uma bolsa de estudos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) durante eventos de feiras científicas. Além de reduzir o impacto ambiental, o projeto reforça a importância de aproveitar resíduos agrícolas, transformando passivos que seriam descartados em alternativas úteis para o mercado.
Lucas agora busca parcerias para escalar a produção e levar a solução ao setor industrial, contribuindo para o desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis e acessíveis.


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