đđ„ DJWYJKUPU: ALIMENTO, MEMĂRIA E TERRA QUENTE đ„đ
O ensaio fotogrĂĄfico aqui apresentado nasce da oficina Narrativas Digitais: Fotografia, VĂdeo e Jornalismo para Web, e mergulha no preparo do Djwyjkupu — alimento tradicional feito com massa de mandioca e carne, envolto em folhas de bananeira e assado sobre pedras quentes.
Muito alĂ©m de uma receita, o Djwyjkupu Ă© linguagem ancestral. Ele comunica pertencimento, revela o tempo da terra e convoca as mulheres Ă partilha. Em seu preparo, as menire — guardiĂŁs dos saberes — conduzem um rito de cuidado que atravessa geraçÔes. Cada etapa do processo Ă©, ao mesmo tempo, gesto culinĂĄrio e gesto polĂtico: escolher os ingredientes, aquecer as pedras, organizar o espaço do fogo e, por fim, repartir o alimento entre todos.
Sob orientação das educadoras Daniela Pinheiro (@daniela__pinheiro) e Carolina Sobreiro (@carolina.sobreiro), junto aos cineastas do Coletivo Beture Bepunu KayapĂł (@bepunumebengokre) e KubekĂ kre KayapĂł (@kubekakre_kayapo), doze jovens da comunidade ativaram outras formas de narrar o mundo. Ao documentar o preparo do Djwyjkupu, eles reafirmaram que a comida tambĂ©m Ă© territĂłrio simbĂłlico — e que cozinhar pode ser uma forma de resistĂȘncia e de reinvenção cultural.
A sabedoria da menire Iregãnhti, da Aldeia Gorotire, guiou o grupo na condução do ritual alimentar. Cada clique das cùmeras de NhakamrÎ Kayapó, Nhakwyruti Kayapó, IrekabÎ Kayapó e Nhak-Î Kayapó revelou uma camada de sentido: o gesto ancestral que sobrevive, o fogo que aquece memórias, a folha que embala o tempo.
đ± A oficina aconteceu de 18 a 23 de abril, na Aldeia Tekrejarotire, e integra uma potente articulação entre juventude indĂgena, tecnologias de comunicação e cultura alimentar. Ă com o Djwyjkupu que compreendemos que alimentar-se Ă© tambĂ©m contar histĂłrias — com o corpo, com a terra e com o coração.


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