A origem da paçoca não tem nada de doce
É típica da culinária caipira brasileira e mais presente no interior dos estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais, podendo ser feita em casa.
Também é muito comum durante a Festa Junina no nordeste, festa anual que celebra o estilo de vida caipira. É conhecido por sua distinta textura seca e sabor adocicado, e é um dos doces brasileiros mais queridos.
O poeta Juvenal Galeno cantou o alimento nestes versinhos:
"De manhã a minha Rosa
Traz-me paçoca e café
Almoçamos sobre as esteiras
De palmas de catolé
Rodeados dos filhinhos
Maria, João e José."
A comida é de origem indígena, era usada pelos nossos primitivos habitantes. Paçoca que dizer, em língua tupi, esmigalhar à mão, desfiar, pilar, esfarinhar.
Desde 1530, a colonização causou um estrago Brasil em todos os aspectos possíveis. Além de ter apagado, assassinado e escravizado os povos nativos, as influências europeias acabaram bagunçando uma estrutura de tal forma que muito foi perdido historicamente.
A culinárias brasileira é um bom exemplo disso. Enquanto os portugueses trouxeram iguarias para o país, como o pão, mel, figos, trigo, centeio, patos e manteiga –, até o que já tinha aqui, como o arroz e o feijão, foi alterado e "gourmetizado" pelos europeus.
Mas não é só por isso que a origem da paçoca, por exemplo, não tem nada de doce.
O alimento do povo
Muito embora os garimpeiros tenham consumido em excesso a paçoca, foram os tropeiros os responsáveis por popularizá-la Brasil afora. Visto que transportavam encomendas e mensagens entre os distritos afastados, estabelecendo uma unidade, ainda que precária no país –, eles deixaram muitos hábitos por onde passaram.
Fora a disseminação entre a sociedade, foi o processo de industrialização comercial que transformou a paçoca de algo salgado em doce, chegando até o modo conhecido hoje: feito com amendoim, farinha de mandioca e açúcar. Sua fama é imensa em festas juninas, aniversários e outros tipos de celebrações, inclusive na Semana Santa, sendo a paçoca de rolha a mais popular e uma das mais consumidas no Brasil.
Não é para menos que o historiador Câmara Cascudo escreveu em seu História da Alimentação no Brasil que a paçoca é uma permanente alimentar e, no tempo e no espaço, um farnel de viagem com os valores da antiguidade funcional.
Fonte: Mega Curioso
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