A Guardiã da Serra da Capivara
Desde então, sua vida se confunde com a preservação, descoberta e com os estudos das pinturas rupestres e outros vestígios da presença dos nossos ancestrais pré-históricos, na região da Serra da Capivara, interior do Piauí.
Formada em História Natural na Universidade de São Paulo (USP) e com especialização e doutorado em Arqueologia feitos na França, Niède vem dedicando sua vida para preservar a região que, em 1979, se transformou em Parque Nacional.
“Cada sítio tem uma razão. Cada escavação tem um encanto diferente. É o que eu digo: escavação é como casamento, se você casa, pronto, você fechou o seu futuro” (Niède Guid´ón).
O Parque Nacional da Serra da Capivara
Hoje, o Parque Nacional da Serra da Capivara ocupa 130 mil hectares e abriga mais de 1.300 sítios arqueológicos, sendo mais de 200 preparados para a visitação turística e 17 deles com acessibilidade.
Ali está a maior concentração de vestígios rupestres de nossos ancestrais do mundo, com datações entre 6 mil e mais de 50 mil anos.
Graças a este acervo de enorme importância para entendermos mais a história da humanidade, o Parque foi inscrito, pela UNESCO, na lista do Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1991.
E preservar a região significa manter os sítios arqueológicos, mas também a natureza ao seu redor e garantir a sustentabilidade das populações da região que tiveram sua vida modificada com a chegada de Niède, com a criação do Parque e a ampla promoção que seus estudos promoveram do acervo.
A Fundham
Para isso, Niède liderou a criação da Fumdham (Fundação Museu do Homem Americano), em 1986, que desenvolveu, ao longo destes anos, iniciativas como:
A criação de Centros de Educação Ambiental e de Ensino Profissionalizantes;
Ações visando melhorar a gestão de recursos hídricos apoiaram a perfuração de novos poços, a reparação de poços já existentes, a recuperação das lagoas e proteção das nascentes;
A capacitação da população local para prática da apicultura economicamente correta que levou a região a ser a segunda maior produtora do Estado do Piauí;
O belíssimo trabalho de cerâmica artesanal, que hoje é reconhecida e adquirida no Brasil e no mundo, utilizando, como tema, as pinturas encontradas nas paredes Parque.
Dentro da FUMDHAM, Niède conta com o protagonismo de muitas outras mulheres na coordenação e execução das atividades da Fundação, entre elas, Rosa Trakalo e Elizabete Buco, que há décadas vivem na região.
Estudos que mudaram teorias antigas
No campo das ciências, Niède é responsável por estudos, realizados na Serra da Capivara, que revolucionaram o que era estabelecido como verdadeiro sobre a chegada do Homo Sapiens às Américas.
A descoberta de vestígios humanos (fogueiras, ferramentas em pedra, entre outras…) que, segundo pesquisadores do Parque, e de tantos outros que tiveram oportunidade de verificar, foram feitas por seres humanos, apontam a presença de nossos antepassados na região há mais de 50 mil anos.
Essas descobertas se contrapõem às teorias que, desde os anos 1950, afirmavam a chegada do Homo Sapiens à América há 13 mil anos atrás. Teorias hoje ultrapassadas, mas que renderam, a Niède Guidon, muito enfrentamento de uma comunidade científica que custou a reconhecer suas descobertas.
O Museu da Natureza
Uma de suas realizações é o Museu a Natureza.
Inaugurado em dezembro de 2018 encanta viajantes de todo o Brasil, desde então.
O super museu, idealizado por Niède, e com curadoria de Marcello Dantas, leva o visitante a uma viagem fantástica pela história da natureza desde a origem do sistema solar até os dias atuais. Tudo isso com muita tecnologia e interatividade.
Ele vem como complemento ao Museu do Homem Americano, inaugurado em 1998, e que expõe parte dos achados arqueológicos do Parque.
O Museu da Natureza traz representações da formação e desenvolvimento da vida na Terra, narra os momentos de avanço e de recuo do mar sobre os atuais continentes, o surgimento da vida fora da água, os ciclos de aquecimento e resfriamento terrestre, o período de existência dos Dinossauros, de animais da megafauna, o surgimento da espécie humana e muito mais.
Ao final, o visitante é convidado a refletir sobre a interferência humana no atual processo de mudança climática que o planeta vive e o perigo para a existência de nossa espécie que isso representa.
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