TECNOLOGIA E GASTRONOMIA JUNTAS?

Georreferenciamento: o uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e sua aplicação na alimentação 🌽🫕🥣🗺🧭🏙

A matéria apresenta o primeiro mapa interativo para encontrar esquites no México, uma ferramenta criada com base em Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Através do georreferenciamento, o mapa permite que usuários localizem pontos de venda de esquites (um prato típico mexicano feito com milho) em diversas regiões do país, promovendo a cultura alimentar local e facilitando o acesso a essa comida de rua tão tradicional.

A proposta mostra como os SIG podem ser aplicados na alimentação, não apenas como suporte logístico ou agrícola, mas também como instrumento de valorização e preservação da culinária popular.

🌍 1. O que são SIG e o que é georreferenciamento?

Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são ferramentas digitais que permitem coletar, analisar e visualizar dados espaciais — ou seja, informações ligadas a um território específico. Esses sistemas integram mapas com bancos de dados, possibilitando análises complexas sobre o espaço.

O georreferenciamento é a técnica que associa dados a coordenadas geográficas (latitude e longitude), permitindo localizar eventos, objetos ou práticas em um mapa.

Exemplo aplicado à alimentação:
Localizar vendedores de comida de rua, áreas de cultivo de ingredientes tradicionais, mercados populares, ou até mesmo identificar rotas de ingredientes em circuitos de feiras e festivais.


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🌽 2. SIG como ferramenta de soberania e cultura alimentar

A aplicação de SIG na alimentação pode:

📍 Cartografar saberes tradicionais, como pontos de venda de comidas típicas (como o mapa dos esquites no México).

🧭 Mapear territórios de cultivo de plantas alimentícias tradicionais, como o uso de folhas, milho crioulo, ou da jaca.

🌾 Preservar práticas agroalimentares de comunidades quilombolas, indígenas ou camponesas, registrando onde elas ocorrem e os vínculos com o território.

🧑🏽‍🍳 Dar visibilidade a mestras e mestres da culinária local, conectando-os a um circuito mais amplo e reconhecendo seus territórios de atuação.

🍲 Analisar transformações culturais, como a substituição de mercados locais por redes de fast food, ou a gentrificação de feiras e praças alimentares.


Exemplo brasileiro:
Você pode imaginar um SIG que mapeie as Mestras dos Saberes Culinários no Recôncavo Baiano e seus pratos emblemáticos, vinculando-os aos ingredientes locais e às festas do calendário afro-religioso?


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🗺️ 3. Exemplos práticos e caminhos possíveis

Mapa dos Esquites (México): um mapa colaborativo, onde as pessoas indicam onde encontrar esse alimento típico — além de ser uma ferramenta gastronômica, é um mapa afetivo e cultural.

Mapas de culinárias afro-diaspóricas: poderiam mostrar onde estão os terreiros que cultivam folhas sagradas e alimentícias, onde se produzem acarajés autênticos, ou onde acontecem festas como o Ajeum da Diáspora.

Mapas das feiras livres: com histórias das barracas, das vendedoras, das receitas que nasceram ali.

Cartografias afetivas: por exemplo, um SIG colaborativo onde as pessoas adicionam "onde comi o melhor mungunzá da minha vida", ou "onde minha avó vendia bolo de aipim".



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✨ Proposta de ação

Quer desenvolver um projeto-piloto de SIG em alguma das suas ações?

Poderíamos, por exemplo:

Criar um Mapa Colaborativo da Culinária Quilombola Baiana, onde cada ponto represente uma mestra, uma receita, um ingrediente local.

Iniciar uma Cartografia dos Rituais Alimentares dos territórios de axé, vinculando festas, pratos, ciclos agrícolas e datas sagradas.




https://gourmetdemexico.com.mx/gastronomia-mexicana/primer-mapa-interactivo-encontrar-esquites-mexico/

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