COMO FRITAR A CULTURA DESPREZANDO O AZEITE?!
É contraditório que o segmento afrodescendente enalteça a herança cultural do outro continente e façam de conta de que não ouviram a denúncia das baianas de que está faltando azeite de dendê baiano. A denúncia foi repetida neste Dia da Baiana de Acarajé (25nov2022) pela presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (ABAM).
A produção baiana de dendê nutre apenas dois por cento da demanda do produto. O mercado, então, é abastecido pelo azeite de dendê importado do Pará. Ouvi dizer que esse descompasso da oferta e da demanda está forçando a mistura de óleo de dendê e óleo de soja para fritar o acarajé. Pode?
É óbvio que o ardil atinge o tabuleiro da baiana, um dos pilares da nossa cultura. Isso não é de agora. Tem a ver com as surpreendentes e equivocadas iniciativas de ampliar o consumidor do chamado acarajé de Jesus. Onde já se viu tal violência dobrada, posto que também atinge o sagrado nome de Cristo?!
O Estado da Bahia precisa estimular a produção de dendê se, de fato, tem o compromisso de zelar a cultura de nossa Terra.
Luiz Guilherme Pontes Tavares
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