A dança dos Baobás
Um conto Africano diz que primeiro baobá cresceu próximo a um pequeno lago.
Cada vez mais alto foi crescendo até que começou a notar as outras árvores.
Alguns eram altos e esguios, alguns tinham flores de cores vivas e outros tinham folhas grandes.
Então, um dia, viu um reflexo de si mesmo no lago que o chocou até os pêlos da raiz: Ali, no espelho do lago, viu uma enorme tromba gorda coberta de casca que parecia a pele enrugada de um velho elefante; folhas pequenas e minúsculas e flores pálidas e cremosas.
Muito chateado, o baobá reclamou amargamente ao Criador.
— Por que você me fez tão feia? ele queria saber. 'Por que você não me fez elegante como a palmeira com seu tronco reto e esguio? Por que você teve que me fazer tão grande e gorda? protestou o baobá.
'Olhe para as massas de flores brilhantes e bonitas da árvore de chamas! E quanto a mim? Por que você não pode me dar flores assim?
O baobá continuou, lamentando e lamentando o mau negócio que havia sido feito. Quando viu os frutos nas figueiras, sua indignação não teve limites.
Deus estava ficando cada vez mais exasperado com os lamentos e reclamações do baobá até que finalmente, determinado a silenciar o baobá para sempre, ele desceu, arrancou-o da terra e o replantou de cabeça para baixo.
Daquele dia em diante o baobá não pôde mais ver seu reflexo nem reclamar.
Desde então, trabalha em silêncio, pagando sua antiga transgressão por ser a árvore mais útil e prestativa que existe.
Variações dessa história são contadas em toda a África para explicar por que o baobá é tão incomum e tão útil.
Segundo a história, quando os negros vinham da África como escravos, eles faziam um movimento anti-horário em volta do baobá com o objetivo de deixar protegido ali a sua história, os seus sonhos e seus pertences.
Quando retornassem, eles fariam o mesmo movimento no sentido horário e teriam de volta tudo que deixaram quando partiram.
A oficina “Movimento dos Baobás”, ministrada pela pesquisadora Roberta Ferreira Roldão Macauley, acontece nos dias 04 e 05 de maio, às 9h, no Teatro Vila Velha.
Com carga horária de 4h (2h por dia), a oficina gratuita é voltada para dançarinos com ou sem experiência, músicos e artistas interessados em danças africanas, a partir dos 16 anos.
A oficina prática e teórica aborda a vivência em dança inspirada na técnica Acogny e nas múltiplas experiências da facilitadora pelo continente africano.
A oficina é uma realização do Festival Internacional VIVADANÇA 2022 em parceria com o SESC.
As inscrições para a oficina já estão abertas! As pessoas interessadas em participar, devem realizar a sua inscrição até o dia 20 de abril, preenchendo o formulário disponibilizado no nosso site www.festivalvivadanca.com.br (LINK NA BIO).
Aproveite esta oportunidade!
Ilustração por Rafael Bittencourt
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