Traz a Cuia, Vem Beber Caxiri! : Ebriedades Indígenas na Amazônia e a Coerção em Tempos de Diretório (1754 – 1802)
Entre as diretrizes dessa lei, há aquelas que tratam das ebriedades indígenas (artigos 13, 14 e 28) e as que tratam do comércio de cachaça com os nativos (artigos 40, 41 e 42), nesse caso com uma aparente contradição entre proibi-lo e permiti-lo.
Caxirí para os Wajampis, Macaloba dos Zorós, Yakupa, Awari e Dubia são nomes de diferentes tipos de Cauim dos Yudjas, todos eles se referem à bebida feita de mandioca mastigada e fermentada.A Chichá é uma denominação utilizada para se ferir às bebidas fermentadas de milho, principalmente nos Andes, mas os Umutinas chamam de Chichá o fermentado de mandioca, já o Môg dos Xokleng não é feita de mandioca, mas sim de Xaxim, pinhão e mel.
'Cauim' é o mais antigo nome documentado para se referir a bebida fermentada de mandioca produzida por índios Tupiniquins e Tupinambas, que aparece relatada no livro de Hans Staden publicado em 1557. Mas sabemos que quase todas as etnias brasileiras tinham no Cauim a sua base religiosa-ritualistica. Infelizmente, a interferência da religião cristã por meio dos antigos Jesuítas, ou da moderna influencia evangélica, acabou por inibir e até mesmo proibir o uso do álcool em tribos indígenas, obliterando da historia oral rituais antigos dos quais talvez nunca saberemos.
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