Pesquisa de MT sobre culinária quilombola compõe plataforma nacional Ancestralidades

Trabalho destaca os saberes e sabores afrobrasileiros como patrimônio imaterial

Comunidade Quilombola Retiro, Barra do Bugres (MT) 

Por Priscila Mendes


A plataforma Ancestralidades (www.ancestralidades.org.br), fruto de uma parceria entre o Itaú Cultural e a Fundação Tide Setubal, completa um ano no ar. Dentre as produções cadastradas no sistema, há trabalhos acadêmicos, a exemplo da pesquisa mato-grossense “Afro Paladar: a culinária quilombola de Mato Grosso como patrimônio imaterial”, de Jackeline Maria da Silva @afroprodutora.

Isso, porque as comemorações pelo primeiro ano de atuação de Ancestralidades trazem, também, para dentro da plataforma, olhares ampliados sobre a temática a partir de pesquisas científicas. São 12 trabalhos contemplados no edital Ancestralidades de Valorização à Pesquisa 2022, realizados por pesquisadores negros sobre Ciência e Tecnologia em perspectiva com os múltiplos saberes afrobrasileiros, que podem ser conferidos na aba Notícias.


A pesquisa de Jackeline Silva reflete sobre as contribuições da cultura afrobrasileira na culinária e as referências invisibilizadas pela sociedade, mas que constituem o patrimônio imaterial brasileiro. 


Segundo a pesquisadora, “o intuito da pesquisa é mostrar a relevância da alimentação e da culinária quilombola como dimensões importantes para a identidade e para a diversidade cultural, compreendidas como patrimônio cultural imaterial dos afrodescendentes”.


Confira os demais trabalhos selecionados:


Na categoria ‘Tecnologias ancestrais afro-brasileiras aplicadas à contemporaneidade’, além do trabalho de Jackeline Maria da Silva, há as pesquisas: “Clubes Sociais Negros como Tecnologias Quilombolas: o caso da Associação Satélite Prontidão”, de Karla dos Santos Guterres Alves; “Alumiar – Caminhos possíveis no acendimento a partir das ancestralidades, História e saberes da Casa de Farinha e Comunidade do Terreirão – Muniz Ferreira (BA)”, de Eunice Pita de Oliveira; “Cooperativismo, povos de terreiro e desenvolvimento sustentável em Sergipe (SE)”, de Ilzver de Matos Oliveira; “História Intelectual de Mulheres Negras: um novo território existencial (RJ)”, de Giovana Xavier da Conceição Côrtes; e “A tradição entre nós: musicalidade e resistência afrobrasileira (SP)”, de Fernanda de França Gatto.


Na categoria ‘Desenvolvimento territorial, regeneração ambiental, ecologia e revitalização urbana e rural’, foram selecionados os trabalhos “Escola cosmorgânica e medicina tradicional afropindorâmica (RJ)”, de Erica Portilho; “Mulheres quilombolas luta, resistência: a cultura tradicional no Quilombo Peropava (SP)”, de Andréia Regina Silva Cabral Libório; e “Paisagens Negras: espaço, tempo e relações em Águas Claras-Salvador (BA)”, de Luar Vieira Santos.

Por fim, também há categoria ‘Ética e justiça racial nas tecnologias digitais de informação e comunicação’. Nessa categoria, foram selecionados as pesquisas “Ativismo visual e a descolonização do ver: enfrentamentos em torno da vulnerabilidade escópica e da codificação sociotécnica da (in)visibilidade negra (MG)”, de Maria Aparecida Moura; “Territórios Livres, Tecnologias Livres (BA)”, de Paulo Victor Purificação Melo; e “Racismo Algorítmico: representação racial e dimensões socioeconômicas em bancos de imagens digitais (DF)”, de Emilly Fátima Ferreira Lima.

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