Projeto do MTST criado na pandemia ganha prêmio da ONU por combate à fome
Por Leonardo Sakamoto
Os ganhadores foram apresentados nesta quinta (15) e receberão 100 mil dólares cada (mais de R$ 530 mil) para expandirem suas ações.
"O reconhecimento da ONU é uma conquista para o movimento social, mostrando a força da organização popular diante da criminalização promovida pelo governo Bolsonaro", afirmou à coluna Ana Paula Perles, coordenadora do projeto. "Isso mostra que é possível combater a fome causada pela política econômica catastrófica desse mesmo governo", avalia.
Mais de 100 organizações sociais e comunitárias, coletivos de jovens e instituições públicas e religiosas da América, Europa, Ásia e África enviaram propostas.
A Cozinha Solidária capacita comunidades que enfrentam insegurança alimentar por meio de uma rede de cozinhas comunitárias em todo o Brasil, fornecendo refeições balanceadas e integrando as famílias vulneráveis a uma série de serviços sociais e ações culturais. Também ajuda no desenvolvimento de hortas comunitárias.
Criado durante a pandemia de covid-19, o projeto já serviu mais de 1,5 milhão de refeições gratuitas em 31 unidades espalhadas pelo país.
Durante a COP-27, realizada no Egito, em novembro, o MTST já havia ganho o prêmio ImaGen Ventures, da Generation Unlimited, por conta de projeto que instalou minicisternas sustentáveis no assentamento Maria da Penha, em Guarulhos (SP), a fim de garantir água para mais de 2,3 mil famílias da área.
"O prêmio mostra que o trabalho das Cozinhas Solidárias é fundamental para combater a fome no Brasil, ao mesmo tempo em que prova que a organização popular pode ser uma alternativa para resolver os problemas do povo", afirma o deputado federal eleito e coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos.
"É o movimento social fazendo o que o governo não faz", diz.
Também foram premiados o projeto "MozNutri", empresa social que trabalha para melhorar a nutrição infantil em Moçambique, em parceria com agricultores, escolas e empresas locais.
E o projeto "Ajuri", também brasileiro, liderado pela Usina da Imaginação, que emprega vídeos no contexto cultural de comunidades indígenas e afro-brasileiras para facilitar a criação de estratégias a fim de melhorar a alimentação e a atividade física das crianças.
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