Mandioca foi o nome dado a fazenda que hospedou grande número de cientistas e viajantes ilustres de passagem pelo Brasil no século XIX.
Sua fama tornou-se internacional – os cientistas maravilhavam-se com as coleções nela existentes, e o botânico Giuseppe Raddi, ao descobrir uma nova espécie de planta, denominou-a mandiocana.
A fazenda foi ponto de referencia e manteve durante este tempo intercâmbio científico com todos os viajantes que passavam pelo país.
Langsdorf adquiriu em 1816 a Fazenda da Mandioca, nas proximidades de Porto Estrela (hoje município de Magé, RJ) e fez dela tanto um centro de produção agrícola como núcleo cultural e científico, graças à organização de um jardim botânico, um museu de história natural e uma biblioteca.
Segundo o historiador Boris Komissarov, a Fazenda da Mandioca “possuía uma casa grande de dois andares, outras casas que eram arrendadas a viajantes, muitas outras dependências, uma plantação de café com 30-40 mil pés, plantações de mandioca, milho e 36 escravos, o que transmitia a impressão de tratar-se de uma típica fazenda brasileira daquela época. [...]
O maravilhoso jardim botânico, a biblioteca que nas palavras dos contemporâneos era constituída ‘de livros escolhidos sobre todos os ramos das ciências’, as diversificadas coleções científicas, como também a possibilidade de receber vários conselhos, fizeram de Mandioca, e da casa do cientista no Rio de Janeiro, lugares constantemente frequentados por viajantes estrangeiros.
Ali eles podiam encontrar-se com representantes da intelectualidade da capital, artistas locais ou marinheiros russos. Sem dúvida, era um centro cultural do Brasil de então”.
Uma revista noticiou, em Moscou, a formação de “um núcleo de população original chamado Mandioca, fundado no Brasil pelo cônsul-geral da Rússia”.
A fazenda chegou a ser visitada pelos próprios imperadores do Brasil, Dom Pedro e dona Leopoldina.
Foram numerosas as viagens isoladas que Langsdorff empreendeu de 1813 a 1822 pelo interior do Brasil, aproveitando sempre para coletar materiais e reunir informações de várias espécies sobre a natureza e a população do país.
Desde março de 1814 começou a enviar regulamente para São Petersburgo coleções entomológicas e ornotólogicas.
Muitas vezes subvencionou pesquisas com recursos próprios. Durante umas férias em 1816, realizou com o botânico francês Auguste de Saint-Hilaire uma viagem a Minas Gerais, para estudar a exploração de minérios. Saint-Hilaire surprendia-se com a energia física e moral daquele alemão alto e magro, que já contava 42 anos, mas cujo ritmo vigoroso o botânico, embora mais moço, mal conseguia acompanhar. Era de temperamento forte, extremamente exigente, como chefe. Trabalhava sem descanso, indiferente a todas as dificuldades e esperava isso das demais pessoas.
De todas as expedições científicas ao novo mundo nenhuma foi tão cuidadosamente preparada como a empreendida por Langsdorff. Em junho de 1821, quando estava em férias em São Petersburgo, ele apresentou a Karl Nesselrode, vice-chanceler do império, o plano de uma grande expedição científica pelo interior do Brasil, que teria como objetivos “descobertas científicas, pesquisas geográficas, estatísticas e outras, estudo dos produtos pouco conhecidos no comércio, material sobre todos os reinos da natureza que eu possa coletar e que possa concorrer para o enriquecimento das atuais coleções do império”.
Dois dias depois era recebido pelo czar Alexandre I, que garantiu seu patrocínio pessoal à iniciativa, com plena liberdade de roteiro e prazo não definido. Langsdorff demorou-se na Europa, escolhendo especialistas em vários ramos da ciência e comprando equipamentos. Voltou ao Brasil em navio fretado, trazendo sua família, o zoólogo Ménétriès e o artista Johann Moritz Rugendas, e também cerca de duas dezenas de famílias de colonos alemães, destinadas a fazenda da Mandioca. Mais tarde, já no Brasil outros especialistas se juntariam a expedição – como o astrônomo Rubetsov, o botânico Ludwig Riebel e o jovem naturalista Christian Hasse, além dos artistas Taunay e Florence.
A fazenda foi ponto de referencia e manteve durante este tempo intercâmbio científico com todos os viajantes que passavam pelo país.
Langsdorf adquiriu em 1816 a Fazenda da Mandioca, nas proximidades de Porto Estrela (hoje município de Magé, RJ) e fez dela tanto um centro de produção agrícola como núcleo cultural e científico, graças à organização de um jardim botânico, um museu de história natural e uma biblioteca.
Segundo o historiador Boris Komissarov, a Fazenda da Mandioca “possuía uma casa grande de dois andares, outras casas que eram arrendadas a viajantes, muitas outras dependências, uma plantação de café com 30-40 mil pés, plantações de mandioca, milho e 36 escravos, o que transmitia a impressão de tratar-se de uma típica fazenda brasileira daquela época. [...]
O maravilhoso jardim botânico, a biblioteca que nas palavras dos contemporâneos era constituída ‘de livros escolhidos sobre todos os ramos das ciências’, as diversificadas coleções científicas, como também a possibilidade de receber vários conselhos, fizeram de Mandioca, e da casa do cientista no Rio de Janeiro, lugares constantemente frequentados por viajantes estrangeiros.
Ali eles podiam encontrar-se com representantes da intelectualidade da capital, artistas locais ou marinheiros russos. Sem dúvida, era um centro cultural do Brasil de então”.
Uma revista noticiou, em Moscou, a formação de “um núcleo de população original chamado Mandioca, fundado no Brasil pelo cônsul-geral da Rússia”.
A fazenda chegou a ser visitada pelos próprios imperadores do Brasil, Dom Pedro e dona Leopoldina.
Foram numerosas as viagens isoladas que Langsdorff empreendeu de 1813 a 1822 pelo interior do Brasil, aproveitando sempre para coletar materiais e reunir informações de várias espécies sobre a natureza e a população do país.
Desde março de 1814 começou a enviar regulamente para São Petersburgo coleções entomológicas e ornotólogicas.
Muitas vezes subvencionou pesquisas com recursos próprios. Durante umas férias em 1816, realizou com o botânico francês Auguste de Saint-Hilaire uma viagem a Minas Gerais, para estudar a exploração de minérios. Saint-Hilaire surprendia-se com a energia física e moral daquele alemão alto e magro, que já contava 42 anos, mas cujo ritmo vigoroso o botânico, embora mais moço, mal conseguia acompanhar. Era de temperamento forte, extremamente exigente, como chefe. Trabalhava sem descanso, indiferente a todas as dificuldades e esperava isso das demais pessoas.
De todas as expedições científicas ao novo mundo nenhuma foi tão cuidadosamente preparada como a empreendida por Langsdorff. Em junho de 1821, quando estava em férias em São Petersburgo, ele apresentou a Karl Nesselrode, vice-chanceler do império, o plano de uma grande expedição científica pelo interior do Brasil, que teria como objetivos “descobertas científicas, pesquisas geográficas, estatísticas e outras, estudo dos produtos pouco conhecidos no comércio, material sobre todos os reinos da natureza que eu possa coletar e que possa concorrer para o enriquecimento das atuais coleções do império”.
Dois dias depois era recebido pelo czar Alexandre I, que garantiu seu patrocínio pessoal à iniciativa, com plena liberdade de roteiro e prazo não definido. Langsdorff demorou-se na Europa, escolhendo especialistas em vários ramos da ciência e comprando equipamentos. Voltou ao Brasil em navio fretado, trazendo sua família, o zoólogo Ménétriès e o artista Johann Moritz Rugendas, e também cerca de duas dezenas de famílias de colonos alemães, destinadas a fazenda da Mandioca. Mais tarde, já no Brasil outros especialistas se juntariam a expedição – como o astrônomo Rubetsov, o botânico Ludwig Riebel e o jovem naturalista Christian Hasse, além dos artistas Taunay e Florence.
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