Dendê é produto nobre para a agricultura familiar e indústria de transformação-Amiwo ou Frango Argila Vermelha

Na Bahia, quando se ouve falar em dendê, imediatamente vem à mente um saboroso acarajé, frito na hora, num belo tacho de óleo de dendê. Mas, o que a maioria das pessoas não sabe é que do dendezeiro se aproveita praticamente tudo. 
O dendê é transformado em produtos que vão desde os diversos tipos de óleos comuns e nobres, a sabão, artesanatos e, principalmente, para a produção do combustível biodiesel. 

O dendezeiro - Com sua exploração basicamente nas regiões Baixo Sul e Litoral Sul da Bahia, o dendê é uma cultura muito explorada pela agricultura familiar, de forma extrativista e, atualmente, também de forma comercial. 
Isso tem levado a uma conscientização dos agricultores da importância da manutenção da cultura de forma conservacionista, sem se distanciar da importância da pesquisa no desenvolvimento de variedades mais produtivas e resistentes. 



















O dendê é explorado em 80% de sua área de produção, pela agricultura familiar, gerando renda e mão de obra familiar permanente, nas diversas etapas de produção, que vai desde o plantio, passando pela colheita, extração de óleo, até a produção artesanal e comercialização. 
Amiwo ou Frango Argila Vermelha
 O "amiwo", ou barro vermelho, é servido como acompanhamento frango e vem na forma de uma pasta de farinha de milho. 
Todos sabemos as estreitas relações entre a Bahia e o Benin na Africa, a relações entre ambos os países podem ser descritas como históricas, econômicas e culturais. Mesmo estando do outro lado do Oceano Atlântico e sendo pouco conhecido no Brasil, o Benim possui manifestações culturais e bens históricos que carregam traços da identidade brasileira. 
O amiwo é um acompanhamento tipico no Benin, também chamado de djèwo (ou seja, em linguagem Fongbe pasta salgada) e de "Djenkoumé" no Togo. O amiwo é um creme denso feito com o caldo de frango, a pasta de tomate e farinha de milho que nos faz lembrar a polenta e o vatapá. 
Ele é apreciado com frango frito, grelhado ou peixe. 

O milho é o alimento básico mais comum no sul do Benin Ingredientes (4 pessoas): 
- 1 frango de 1,5 kg
- Alho e pimenta 
- 1/4 litro de Óleo de Palma ou Azeite de Dendê 
- 2 cebolas 
- 8 tomates frescos ou purê de tomate
- 20 g camarões defumados 
- 6 copos de farinha de milho (semolina extra fino ou trigo) - Um caldo - sal - pimentas verdes. 
Preparação: 
1 Tempere os pedaços de frango com as especiarias e o sal. Frite os pedaços de frango e colocá-las de lado. 
 Aqueça 4 colheres de sopa de Dendê e adicione 4 tomates esmagados (ou purê de tomate) e umedeça com dois copos de água (ou caldo de galinha). 
Cozinhe por dez minutos. 
Em seguida, adicione as especiarias restantes, camarão defumado e pimentas esmagadas. 
Deixe cozinhar novamente por 10 minutos, em seguida, adicione o caldo de carne e sal. 
 2 Adicione este molho com um ou dois copos de farinha de milho, como preparando um pirão. 
Quando ferver, despeje lentamente a farinha de milho e mexa bastante bem com uma espátula de madeira. 
Cubra a massa Amiwo assim preparado por 10 minutos. 
Bahia e Benin
Em suas constantes idas e vindas entre a África Ocidental e a Bahia, Pierre Verger não deixava de se encantar com as semelhanças entre os povos dos dois lados do Atlântico. 
Na aparência, jeito de falar e costumes, ele via a comprovação de uma história entrelaçada.

O tema o apaixonou tanto, que Verger chegou a exercer um importante papel na renovação desses laços. Aqui e lá, organizou museus, ciceroneou pessoas, transportou mensagens, fez pesquisas. E, para compreender os motivos dessas semelhanças, estudou a fundo o tráfico de escravos e o retorno de muitos deles à África, após a abolição, gerando assim uma de suas principais obras: Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos entre o Golfo do Benin e a Baía de Todos os Santos dos Séculos XVII a XIX.
Leia mais:http://www.pierreverger.org/…/fluxo-e-refluxo-a-diaspora-af…

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