A mineira Gil Gondin, reuniu no livro Conservas do Meu Brasil, 58 receitas de conservas, compotas, geleias e antepastos
Sabores que resgatam sua própria infância, ao mesmo tempo em que refletem um pouco da cultura gastronômica de várias partes do País.
“Era um tacho de cobre com mais ou menos 60 centímetros de diâmetro, uma colher de pau mexendo sem parar e horas esperando.
O doce de figo tinha um ritual longo antes de ir para o tacho, e isso me intrigava. Mas, quando via aquela fruta opaca se transformar em espelho, nossa!”.
É assim, nessa fala a fim de não terminar e com jeito de quem conversa sobre a própria história, que a banqueteira Gil Gondim começa a prosa.
De acordo com ela, sua relação com a cozinha e, consequentemente, com o universo dos sabores em vidro teve início ainda criança. “Como era muito curiosa e adoro comer, ficava sempre à espreita, tentando aprender o que minha mãe e minhas tias faziam na cozinha.
Com isso, elas foram me delegando afazeres para ajudar no preparo das comidas”, lembra.
A banqueteira diz que as conservas sempre foram muito presentes em sua família, e conta que a mãe aproveitava a safra de cada fruta ou verdura para transformar tudo em receita. “Assim garantia o nosso estoque e nosso sustento, já que vendia para fora.
Minha mãe me dizia que, antes de perder o produto e jogar comida fora, deveríamos colocá-lo em vidros e assim teríamos alimento sempre”, frisa. O livro apresenta técnicas que fazem a diferença na obtenção de uma boa conservação dos produtos, como a correta higienização das matérias-primas e dos vidros e dicas para o envase. Tudo isso, no entanto, sob a levada da cozinha afetiva, aquela que toca a alma.
“A editora queria um livro com memórias afetivas e foi esse trabalho que fizemos.
Foi muita emoção envolvida, revivendo lugares e pessoas que pertencem a essas memórias. Com isso, essa obra se tornou muito verdadeira e cheia de amor”, revela.
“Tentei buscar um pouco do que temos em cada região do Brasil. Nosso País é muito rico em diversidade de frutas, e tentei colocar no livro um pouquinho do que isso representa”, diz. .
Técnicas
As técnicas para preparação das tradicionais receitas, segundo Gil, datam de muitos anos e teriam chegado ao Brasil com os colonizadores portugueses.
“Na Europa, é comum aproveitar a sazonalidade dos alimentos e transformá-los em conservas.
Não encontrei registros que falam das técnicas aqui no Brasil, mas ainda continuo minhas pesquisas”, informa.
“O preparo é trabalhoso e requer muita higiene, mas, feito tudo como deve ser, você terá o que gosta conservado por muito tempo, com sabor, qualidade e sem química. Vale muito a pena”, frisa.
Entre as regras para o preparo, algumas são básicas, essenciais para um bom resultado. Começam pela seleção dos alimentos, passam pela higienização da matéria-prima, dos vidros e dos utensílios, pelos cuidados específicos no envase e vão até a pasteurização.
“Se todo esse processo for executado de maneira inadequada, o alimento irá deteriorar, embolorar, fermentar, talhar e azedar”, alerta a mineira.
Com gosto de cozinha de vó, mãe e tios Além de colaborar para o aproveitamento integral dos alimentos, conservas e compotas carregam memórias.
Ao menos, na família de Gil.
“Até hoje, o figo me fascina, e meus olhos brilham quando vejo um doce verdinho.
O doce de caju me lembra minha tia e madrinha Dagmar. Recordo até da pia onde fazíamos esse doce.
Ela era a única da família que o fazia, então, todos mandavam os cajus para ela transformar em compotas.
O doce de leite, ah!
Os meus tios Orlando e Madalena tinham uma fazenda em União de Minas, e minha tia fazia uma fornalha grande sempre que íamos lá”, recorda. Entre as frutas utilizadas pela banqueteira destacam-se a banana, a laranja, a goiaba e o pequi.
“Algumas são tipicamente brasileiras e outras, embora sejam muito comuns em nosso País, não são nativas, como a banana e a laranja. Embora nossa biodiversidade seja grande, alguns frutos não são populares.
Os doces que mais representam nosso País, na minha opinião, são a goiabada cascão e o pequi, com seu sabor peculiar”, opina.
Pela originalidade, vale citar também as compotas de cajá, de umbu e de pêssego, o doce de cidra, a geleia de tamarindo, as conservas de pinhão e de palmito, além das tradicionais sardela e alichella.
Serviço: Conservas do Meu Brasil | Compotas, Geleias e Antepastos Gil Gondim Editora Senac São Paulo 144 páginas R$ 69,90
O doce de figo tinha um ritual longo antes de ir para o tacho, e isso me intrigava. Mas, quando via aquela fruta opaca se transformar em espelho, nossa!”.
É assim, nessa fala a fim de não terminar e com jeito de quem conversa sobre a própria história, que a banqueteira Gil Gondim começa a prosa.
De acordo com ela, sua relação com a cozinha e, consequentemente, com o universo dos sabores em vidro teve início ainda criança. “Como era muito curiosa e adoro comer, ficava sempre à espreita, tentando aprender o que minha mãe e minhas tias faziam na cozinha.
Com isso, elas foram me delegando afazeres para ajudar no preparo das comidas”, lembra.
A banqueteira diz que as conservas sempre foram muito presentes em sua família, e conta que a mãe aproveitava a safra de cada fruta ou verdura para transformar tudo em receita. “Assim garantia o nosso estoque e nosso sustento, já que vendia para fora.
Minha mãe me dizia que, antes de perder o produto e jogar comida fora, deveríamos colocá-lo em vidros e assim teríamos alimento sempre”, frisa. O livro apresenta técnicas que fazem a diferença na obtenção de uma boa conservação dos produtos, como a correta higienização das matérias-primas e dos vidros e dicas para o envase. Tudo isso, no entanto, sob a levada da cozinha afetiva, aquela que toca a alma.
“A editora queria um livro com memórias afetivas e foi esse trabalho que fizemos.
Foi muita emoção envolvida, revivendo lugares e pessoas que pertencem a essas memórias. Com isso, essa obra se tornou muito verdadeira e cheia de amor”, revela.
“Tentei buscar um pouco do que temos em cada região do Brasil. Nosso País é muito rico em diversidade de frutas, e tentei colocar no livro um pouquinho do que isso representa”, diz. .
Técnicas
As técnicas para preparação das tradicionais receitas, segundo Gil, datam de muitos anos e teriam chegado ao Brasil com os colonizadores portugueses.
“Na Europa, é comum aproveitar a sazonalidade dos alimentos e transformá-los em conservas.
Não encontrei registros que falam das técnicas aqui no Brasil, mas ainda continuo minhas pesquisas”, informa.
“O preparo é trabalhoso e requer muita higiene, mas, feito tudo como deve ser, você terá o que gosta conservado por muito tempo, com sabor, qualidade e sem química. Vale muito a pena”, frisa.
Entre as regras para o preparo, algumas são básicas, essenciais para um bom resultado. Começam pela seleção dos alimentos, passam pela higienização da matéria-prima, dos vidros e dos utensílios, pelos cuidados específicos no envase e vão até a pasteurização.
“Se todo esse processo for executado de maneira inadequada, o alimento irá deteriorar, embolorar, fermentar, talhar e azedar”, alerta a mineira.
Com gosto de cozinha de vó, mãe e tios Além de colaborar para o aproveitamento integral dos alimentos, conservas e compotas carregam memórias.
Ao menos, na família de Gil.
“Até hoje, o figo me fascina, e meus olhos brilham quando vejo um doce verdinho.
O doce de caju me lembra minha tia e madrinha Dagmar. Recordo até da pia onde fazíamos esse doce.
Ela era a única da família que o fazia, então, todos mandavam os cajus para ela transformar em compotas.
O doce de leite, ah!
Os meus tios Orlando e Madalena tinham uma fazenda em União de Minas, e minha tia fazia uma fornalha grande sempre que íamos lá”, recorda. Entre as frutas utilizadas pela banqueteira destacam-se a banana, a laranja, a goiaba e o pequi.
“Algumas são tipicamente brasileiras e outras, embora sejam muito comuns em nosso País, não são nativas, como a banana e a laranja. Embora nossa biodiversidade seja grande, alguns frutos não são populares.
Os doces que mais representam nosso País, na minha opinião, são a goiabada cascão e o pequi, com seu sabor peculiar”, opina.
Pela originalidade, vale citar também as compotas de cajá, de umbu e de pêssego, o doce de cidra, a geleia de tamarindo, as conservas de pinhão e de palmito, além das tradicionais sardela e alichella.
Serviço: Conservas do Meu Brasil | Compotas, Geleias e Antepastos Gil Gondim Editora Senac São Paulo 144 páginas R$ 69,90
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